Até então, Adrien achava impossível a possibilidade do mundo realmente desabar.
Algumas pessoas gostavam de afirmar que a terra era um grande plano segurado por fios finos que a prendiam no universo e que, algum dia, esses fios se romperiam e a terra desabaria na escuridão profunda.
Adrien nunca acreditou nisso. Ele havia estudado em Cambridge com os melhores professores de física e ele aprendeu plenamente que as leis da gravidade não permitiriam que tal coisa fantasiosa acontecesse.
Porém, quando ele soube que a pessoa que ele mais amava em todo esse mundo estava com uma doença, até então, incurável, seu mundo desabou.
Ele não sabia mais diferenciar sentido literal do figurado, pois seus pés realmente cederam quando ele escutou o que o médico havia dito. Sua cabeça se tornou um mar de trevas agitado e ele não conseguia manter um raciocínio coerente. Naquele momento, ele deixou de existir.
Era como se sua felicidade tivesse sido arrancada de seu peito com tamanha brusquidão e agora seu coração jorrava sangue no carpete.
Era como se ele tivesse acabado um livro inacabado e quisesse as respostas e o final do que aconteceria em seguida.
Era como se seu amor tivesse desvanecido e a razão de sua existência fosse roubada de si.
Os dias se passaram e cada mísero segundo de sua vida parecia sem sentido.
Marinette ficava cada vez pior. A febre aumentava repentinamente e eles precisavam ajudá-la com rapidez para que ela não sofresse um hiperventilação.
Ela dormia grande parte do dia, dopada por inúmeros tipos de morfina. A outra metade, ela comia e fazia suas necessidades diárias, tomava banho e voltava a se deitar.
Adrien sempre estava ao seu lado.
Ele não a deixava sozinha nem por um segundo. Conversava com ela e a acalmava quando o doutor retornava para fazer a sangria. Dormia ao seu lado, fazia seus deveres ao seu lado. Seu mundo havia ficado limitado aquele quarto, onde o seu mundo também estava.
Por mais que ele tentasse parecer forte perto dela, ele desabava toda vez que saía daquele quarto. Ele chorava até que seus olhos não aguentassem mais e até que seus braços tremessem pelo frio repentino que sentia.
Os Dupain-Cheng fingiam não ver o quanto aquilo o desgastava e fazia com que o duque perdesse toda sua essência. Todos também sentiam aquele sentimento de luto diariamente, apesar de que Marinette ainda estivesse entre eles.
Bridgette não conseguia comer bem ou dormir bem. Sua vida também havia ficado limitada em ajudar sua irmã e fazer com que sua recuperação fosse menos miserável do que deveria ser, se é que algum dia Marinette se recuperaria.
Félix sempre a lembrava que estava grávida e que precisava se manter saudável, se não por ela, pelo bebê. Bridge tentava escuta-lo, mas muitas vezes, não controlava seus sentimentos.
Tom e Sabine mantinham-se ocupados deixando Antony longe de toda aquela situação. Nos dias da sangria, onde Marinette geralmente berrava e chorava por conta da dor, Sabine sempre levava o garoto para passear.
Tom estava preocupado em se atualizar sempre nos últimos estudos publicados sobre a doença. Talvez a cura, ou como fazer melhorar.
Nenhum deles conseguia acreditar que Marinette realmente possuía a Febre.
O paradeiro era completamente desconhecido e além de não ser contagioso, só afetava algumas pessoas, apesar de que era recomendado manter distância de pessoas infectadas.
Adrien estava pouco se lixando para isso.
Era a sua esposa que estava deitada naquela cama, era sua esposa que estava se decompondo dia após dia, emagrecendo e a pele ficando cada vez mais esbranquiçada.
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Saudações
FanficA temporada de estreia das novas moças para o "mercado de casamentos" da alta sociedade de Paris começou. Uma pretendente surpresa faz um duque rever seus conceitos sobre casamento. . . . Essa história contém conteúdo inapropriado para menores de 18...