Saudações

Vinte e Nove

Em um piscar de olhos, dois meses haviam se passado.

E como em um passe de mágica, a gravidez e o parto haviam proporcionado a Marinette uma vitalidade sem igual.

Ela se sentia mais forte.

Se sentia apta para exercer o papel que tanto sonhou em ter: ser mãe.

E com a melhora repentina da mestiça, Adrien já estava programando a viagem de volta deles. Fu havia concordado, falando que se Marinette não regredisse nos exames em nenhum dos próximos dias, ela estaria completamente fora dos tratamentos, ou, em outras palavras, curada.

Gabriel o havia dado o período de três meses em Paris, mas dessa vez Adrien se recusava a voltar sozinho.

Ele não deixaria Marinette e seus filhos há quilômetros de distância de si.

Se com os dois juntos, a dose de trabalho estava difícil de se lidar, com Adrien fora, Marinette enlouqueceria. Aliás, ter gêmeos é saber que, se no meio da noite um acordar chorando por causa de cólica, o outro também vai acordar, ou se um está com fome, o outro também estará.

E apesar de Adrien estar lá com Marinette o tempo inteiro e muitas vezes ele tentar fazer o papel de "mãe", Louis e Emma pareciam querer repeli-lo quando não estavam de bom humor. E não era apenas ele. Bridgette, Félix, Sabine, Tom e até mesmo Antony ou Alya, nenhum deles "dobravam-se" a tentativa de tentar distrai-los para que Marinette pudesse descansar. Eles só queriam saber da mãe e do colo da mãe.

E é claro que Adrien sentia um pouquinho de dor de cotovelo, mas isso cessava quando ele percebia que os gêmeos queriam o seu colo e a sua atenção quando estavam em seu estado "normal".

Como naquele dia em que Emma havia acordado brincalhona demais.

Adrien e Marinette estavam com os bebês na sala de visitas, aguardando Bridgette e Félix chegarem com Hugo para que pudessem fazer o passeio que haviam programado.

Eles queriam passar um tempo juntos, antes que cada um precisasse ir para um canto, apesar de que, se dependesse de Bridgette, ela seguiria a irma para onde quer que fosse.

Louis estava no colo de Marinette e a mesma se encontrava em pé, usando um vestido azul marinho e o cabelo semi solto.

Adrien estava sentado no sofá com Emma apoiada em suas coxas.

- Ela está tão animada hoje... - ele comentou, vendo Emma brincar com as próprias mãozinhas.

- E Louis está tão calmo... - Marinette sorriu - Parece que o dia começou bem.

Ambos trocaram um sorriso apaixonado, algo que foi interrompido em um piscar de olhos quando a porta da sala de visitas foi aberta com brusquidão.

Já podiam até mesmo se acostumar com a maior parte dos problemas acontecendo naquele mesmo cômodo.

Bridgette e Félix estavam ao lado dos guardas da casa, que escoltavam ninguém mais, ninguém menos que Celine Rossi.

Ou melhor, a rainha.

Nenhum dos dois sabiam o porquê da visita inesperada. Não tinha razão para aquela mulher estar lá.

- O que ela faz aqui? - Adrien indagou para Félix.

Ele estava carrancudo logo ao lado da monarca e parecia querer estrangula-la em qualquer sinal de movimentação.

Bridgette tinha Hugo em seus braços e o garoto mal parecia ligar para o que estava acontecendo.

Mas os gêmeos haviam ligado sim.

Emma começou a chorar e Louis ameaçou fazer o mesmo.

Sabine e Tom chegaram na sala por conta do alvoroço e ficaram aturdidos com a pessoa que se fazia presente.