Saudações

Onze

Quando ela menos esperava, o baile que mais havia esperado nessas últimas semanas chegou.

Marinette estava ignorando toda a conversa que teve ontem com Adrien.

Ela não queria ficar deprimida no dia que reencontraria sua melhor amiga.

Por isso, ela passou a tarde com sua irmã. Marinette sabia que Bridgette não a daria sossego. A encheria de conversas e fofocas e isso a distrairia. As duas conversaram sobre aquele assunto em certo momento, mas Marinette respondeu friamente um: "Já resolvemos." e mudou a conversa.

Bridgette sabia que sua irmã gostava do duque. Ela não era boba. Conhecia Marinette como a palma da mão. É claro que ficava triste por ela não confiar esse segredo em sua própria irmã, mas Bridgette entendia. Ela se casaria com o primo do homem que Marinette é apaixonada e talvez esse segredo chegasse até ele. Fora que ela também entendia que sua irmã deveria estar com o coração triste e confuso. Não a incomodaria mais com esses assuntos. Ela e Adrien se resolveriam alguma hora. Ela sabia disso.

Pelo começo da noite, elas se arrumaram juntas para o evento. O vestido que usariam havia sido feito especialmente para a ocasião. Eram novos, nunca usados antes.

O vestido de Bridgette era de um azul marinho vivo que ressaltava os olhos azuis claros da mais velha. O vestido de Marinette era vermelho sangue. Não era comum ela utilizar aquela cor. Já havia se apropriado do vinho ou do bordô, mas o vermelho era um estilo novo.

Bridgette ajudou Marinette a fazer um coque alto e bem elaborado no alto de sua cabeça, deixando a franja caída sobre a testa com algumas mechas soltas na lateral. Bridgette também fez um coque. O seu era mais baixo e feito por tranças. A mais velha não possuía franjinhas, o que a deixou com o rosto limpo. As duas passaram pó de arroz e blush em suas peles. Por fim, finalizaram com um serviteur (batom da época) nos lábios.

Estavam prontas e impecáveis.

Félix havia sugerido de levá-las, juntas, mas Bridgette recusou. Iria com a irmã e o encontraria lá. Ela não queria dramas assim que chegassem.

Por isso, elas foram na carruagem da família, onde Sabine já se encontrava, e não tardaram em chegar na residência dos Césaire.

Antes mesmo de sair da cabine, Marinette respirou fundo. Ela precisava manter a compostura. Bridgette, que a acompanhava pelo canto dos olhos, segurou sua mão e disse:

- Você consegue! - disse baixinho.

Marinette, repentinamente, teve um deja vu. Aquela era uma situação muito semelhante ao primeiro baile da temporada, ao dia que ela entrou no mercado de casamentos, ao dia que ela conheceu Adrien.

- Sim, eu consigo! - ela murmurou de volta à irmã e finalmente saiu da carruagem, recobrando o ar de seus pulmões.

As pessoas já entravam no salão de baile, mais pomposas do que deviam. Pareciam pavões tentando se amostrar afim de procriar. Era terrível. Simplesmente horrível.

Bridgette desceu logo atrás e passou seu braço por debaixo do da irmã. As duas entraram juntas no local. Aquilo parecia outro mundo, longe da realidade que estavam, cinco segundos antes, ao lado de fora daquela casa. Música preenchia seus ouvidos. As conversas, formando um ruído único e identificável, se fazia presente assim como as luzes e as danças e o amontoado de gente em sua frente.

Marinette caminhou por meio daquela multidão, não sabendo ao certo para onde deveria se deixar levar. Contudo, ela parou ao sentir seu ombro sendo cutucado. Ela se virou.

- Alya! - praticamente gritou por conta do barulho.

- Marinette! - Alya a abraçou - Como você está?