Dez

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7 dias haviam se passado.

Em sete dias, Marinette teve tempo o suficiente para refletir tudo que já havia feito em sua vida.

Ela havia ficado deitada a maior parte do tempo, recompondo-se do gigantesco hematoma que já apresentava uma coloração esverdeada e que doía toda vez que ela inspirava fundo.

Ela não podia descer para o jardim ou receber visitas dos seus pretendentes, ela só existia, simplesmente.

Aquilo era uma verdadeira tortura para si. Ela gostava de ser ativa, de fazer coisas novas. Ficar dias e mais dias sem fazer NADA a incomodava profundamente.

Adrien havia a visitado algumas vezes.

Bridgette ficava em sua cola, a enchendo de assuntos. Pelo menos era um passatempo.

Antony entrava em seu quarto de vez em quando e eles jogavam xadrez.

Sua mãe e seu pai a viam, mas não ficavam muito tempo ao seu lado.

Em suma, ela passou essa semana solitária e entediada.

Mas nesse dia, ela havia acordado com uma determinação constante de voltar a sua rotina normal. Marinette já estava andando normalmente nesses últimos três dias.

Hoje, ela queria viver como se o acidente da semana passada não tivesse acontecido, afinal, amanhã ela teria que estar impecável para o baile de máscaras de Lady Césaire, mãe de uma de suas melhores amiga. A festa seria em comemoração ao retorno de Alya Césaire à Paris. Ela estava em uma viagem pelo Atlântico norte.

Alya ficaria chocada quando Marinette a contasse tudo o que aconteceu nessas últimas semanas. Coisas que ela não podia contar através das correspondências e cartas que trocavam.

Assim que se arrumou, sem a ajuda de nenhuma das criadas, mas ainda não vestindo o espartilho sob a roupa, Marinette desceu as escadas com cuidado e foi diretamente para a mesa servida do café da manhã.

Quando ela abriu a porta, Sabine e Tom se espantaram com a presença da filha.

- Marinette! Você devia estar em seu quarto! - Sabine repreendeu.

- Já se passou uma semana, mamãe. Estou ótima. Já pretendo voltar com minhas atividades normais. - Marinette sorriu, se sentando em seu lugar de sempre e tomando em suas mãos um bule com o chá de hibisco.

- Você é tão teimosa quanto sua mãe... - Tom murmurou, bebericando o café.

Sabine o olhou indignada enquanto Marinette soltou uma risadinha.

Entretanto, a conversa foi dispersada quando a porta de entrada da casa foi aberta, deixando que um barulho ecoasse pelos corredores: a voz de Félix e Bridgette.

Marinette se alertou e caminhou com rapidez pelo corredor. Se Félix estava lá, isso só significava uma coisa: Adrien também estaria. Ele sempre acompanhava o primo para quando vinha em sua casa.

Contudo, ela parou de caminhar com um sorriso abobalhado no rosto quando viu que Félix e Bridgette estavam desacompanhados. Adrien não estava lá.

- Marinette! - Félix exclamou.

Bridgette a olhou com felicidade ao ver que sua irmã estava bem.

- Você desceu! - ela falou, admirada.

- Sim... - Marinette murmurou, agora um pouco entristecida - Me senti melhor.

- Que bom que está bem, Marinette. - Félix sorriu - Você deu um belo susto em todos nós.

Ela deu uma risada forçada como resposta.

- Cadê o Adrien? - ela não pode evitar a pergunta que saiu pela sua garganta sem querer.

SaudaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora