Reencontro

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Madelaine:

Faço parte da longa linhagem de caçadores da minha família, passei muito tempo aprendendo formas de me defender, formas de matar todos os tipos de criaturas que a maioria das pessoas pensam ser apenas contos de terror, e mesmo assim ainda não sou boa o suficiente para minha família, me consideram fraca, mesmo dando meu máximo para mostrar que sou forte e corajosa, eles não me permitem caçar com eles, só sirvo para fazer pesquisas e investigações, mas assim que a coisa fica física, me colocam pra escanteio.

Hoje novamente estou investigando pra eles, tem uma semana que minha irmã não dá notícia, ela viaja muito, estava sempre mandando mensagem e nos ligando todos os dias, mandando as fotos dos lugares onde ia, mas há 7 dias simplesmente desapareceu, sem ligações, sem mensagens, sem fotos, nem mesmo em suas redes sociais, o último lugar onde esteve foi em um vilarejo na Transilvânia, meus pais não tiveram dúvidas que alguma coisa séria aconteceu, alguma coisa fora do normal, e me mandaram para investigar.

Assim que cheguei fui até o hotel onde ela se hospedou, seus pertences ainda estavam no quarto, não encontrei o celular, e na esperança de está com ela fui logo rastrear.

O endereço não é muito longe daqui, vi que se tratava de um cemitério e reduzi drasticamente minhas expectativas de encontrá-la com vida.

Liguei para o seu celular e segui o som até uma cova onde uma garota estava em pé olhando o túmulo.

— Ei, o que está fazendo aqui?.

Perguntei me aproximando devagar.

Ao me aproximar consegui enxergá-la melhor devido a noite densa, estava toda suja de terra como se tivesse saído de um buraco.

— Você tá bem? Está machucada?.

Perguntei.

Ela se virou pra mim, tinha uma expressão abatida e confusa, quando me aproximei mais um pouco ela saiu correndo, correu tão rápido que mal se podia ver o vulto, tentei pegar minha arma para atingi-la, mas no pequeno tempo em que estava puxando a arma ela já tinha desaparecido.

— Sanguessuga maldita.

Resmunguei.

Andei até o túmulo em que ela estava, e ao olhar dentro dele vi o corpo da minha irmã.

Liguei para os meus pais para avisar, me mandaram voltar para casa, mas não vou, eles pensam que não sou boa o suficiente para enfrentar um perigo desses sozinha, vou provar o contrário.

Voltei ao hotel para esperar amanhecer, e assim que o sol saiu, eu saí também.

Fui até o necrotério para saber das mortes recentes.

E fiquei assustada com a quantidade de pessoas que apareceram totalmente drenadas e sem explicação, pelo menos não uma explicação que quem não sabe do que está escondido por aí acreditaria.

Pela quantidade de corpos, eu acho que tem um ninho aqui perto, aquela garota que vi no cemitério deve fazer parte disso.

Invadi a prefeitura para olhar as câmeras de segurança, mas não funcionam há dias, quanta sorte.

Voltei ao hotel para tentar encontrar um caminho a seguir.

Dei uma olhada no material da Sienna para passar o tempo, fiquei surpresa ao notar que investigava coisas sobrenaturais, nossos pais nunca contaram nada a ela, da tradição da família, não queriam que a caçulinha deles corresse perigo.

Pelo visto ela estava obcecada com os corpos que apareceram há uns anos.

Uns primos investigaram isso, eram vampiros, ninguém descobriu o que aconteceu com eles, mas já que estavam mortos não nos importamos, sabíamos a resposta, ela não, se meus pais tivessem contato pra ela, talvez ainda estivesse viva.

Damas da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora