Damas da Noite

Prólogo

Transilvânia, Romênia 1850.

Uma tempestade forte paira sobre o pequeno vilarejo no interior, em noites como essa, todos ficam em suas casas, se aquecendo em suas pequenas lareiras.

Só que nesse dia não foi bem assim, os camponeses estavam de luto e furiosos, a dor de perder entes queridos de forma tão violenta os levou a fazer justiça com as próprias mãos.

Em multidão eles machavam até o topo da colina, carregando estacas e lanças.

Se aproximando cada vez mais do grande castelo que existia no topo da imensa colina.

Assim que chegaram a seu destino, lançaram pedras contras as janelas por qual entraram assim que as mesmas cederam.

As habitantes do local ficaram encurraladas, e sem escolha tiveram que atacar, só que foram derrubadas antes de conseguirem se aproximar de algum aldeão.

As lanças que os camponeses carregavam, atravessaram seus abdomens, as deixando sem defesas contra os aldeões, que sem pensarem duas vezes as trancaram em caixões, e em seguida as colocaram em jaulas feitas do metal mais forte que puderam encontrar.

As jaulas foram enterradas com as duas ainda vivas, eles acharam que morrer em agonia seria um castigo a altura do tamanho sofrimento que elas causaram.

Los Angeles, 170 Anos Depois.

Victoria:

Minha amiga e eu acabamos de completar 21, sempre sonhamos que assim que completássemos essa idade, iríamos morar juntas.

E aqui estamos nós.

Terminando de organizar nossas coisas no novo apartamento.

- Nem acredito que finalmente somos adultas independentes.

Camila disse se jogando no sofá.

- Já pensou no que vai fazer agora?.

- Temos idade suficiente para beber, por quê não vamos até um bar e enchemos a cara?.

- Não estou falando disso.

- Então de quê?.

- Faculdade.

- Ah não, eu passei muitos anos no colégio, não vou passar mais cinco em uma facul.

- E a bonita pensa em viver de quê?.

- Sei lá, um velho rico?.

Falou me fazendo rir.

- Ao invés de sairmos para beber, o que acha de fazer pipoca e assistir algum filme?.

- Ótima idéia, eu escolho.

- Dei a idéia, nada mais justo que eu escolher o filme.

- Hum.... Não.

- Idiota.

Falei e fui até a cozinha.

- Sabe do que eu queria que fizessem um filme?.

Falou vindo até mim.

- De quê?.

- De uma história que eu vi.

- Sobre....

- Era um documentário sobre criaturas sobrenaturais na Romênia.

- Parece legal.

- Tem uma lenda sobre duas irmãs que foram enterradas vivas, por serem demônios.

- Talvez estivessem ajudando elas a voltarem pra casa.

- Não, elas foram atacadas dentro da própria casa.

- Tô falando do inferno, sabe demônios, inferno, ah, deixa pra lá, tentei fazer uma piada mas esqueci que você é uma tansa.

- Ah, entendi.

Disse sorrindo, só que o momento já tinha passado.

- Enfim, eu queria saber se isso aconteceu de verdade.

Ela disse escorando a cabeça na mão que estava em cima do balcão.

- Até parece, essa coisa de demônios não existe, deve ser só história pra atrair os turistas.

Falei, é o que eu penso.

- A gente bem que podia ir lá né?.

- Claro... Que não.

Falei tirando o sorriso que tinha se formado em seu rosto.

- Por quê não?.

- Perder meu tempo e dinheiro com historinha de terror? Até parece.

- Eu vou, decidi.

- Mila.

- Eu vou, acredito que seja real, e quero ver de perto os túmulos enjaulados.

- Isso é tão idiota.

Falei e ela revirou os olhos.

Nós nunca ficamos longe uma da outra, crescemos em casas vizinhas, éramos da mesma classe no colégio, e agora moramos juntas, então eu me sinto quase na obrigação de acompanhar ela, mesmo que eu tenha certeza que vai ser perda de tempo.

- Vou com você.

Falei.

- Sério? Vai ser demais.

Disse correndo até mim, e me dando um abraço muito apertado.

- Agora me larga, se não a pipoca vai queimar.

Falei e ela me largou.

- Vou comprar as passagens, nem acredito, esse é o melhor dia da minha vida, só não vai ser melhor que o dia em que chegarmos lá.

Disse eufórica e foi saltitando até a sala, onde estava o notebook.

Terminei de fazer a pipoca e fui para sala.

Ela tinha comprado as passagens para sairmos em 3 dias.

A viagem só não vai ser um total desperdício, por quê a Romênia é um lugar lindo.