Bom Comportamento

93 9 0
                                    

Elizabeth:

"Diferente das outras manhãs, hoje estava muito silencioso, não escutei as conversas nada aproveitáveis das tagarelas, acho que esse dia vai ser ótimo, pelo menos o início dele está sendo".

Tomei um banho quente e depois de vestida fui até a cozinha.

Misturei um pouco de sangue no whisky, e sentei na bancada para ler o jornal.

A campainha tocou, e como ninguém contratou uma empregada, como venho mandando há dias, eu mesma tive que ir abrir a porta.

- Oi, eu sou a nova vizinha do apartamento ao lado, Lana.

Uma loirinha simpática se apresentou.

- Oi, Elizabeth.

A cumprimentei.

- Eu ainda não tive tempo de fazer minhas compras, então, pode me emprestar uma xícara de açúcar?.

- Claro, entra.

Falei e a levei até a cozinha.

- Decoração legal.

Falou.

- Gentileza sua.

- Que nada, eu adorei, é bem aconchegante.

- Aqui.

Falei entregando a xícara com açúcar.

- Obrigada, a gente se vê.

- Antes de ir, me faz um favor?.

- Se estiver ao meu alcance.

- Está sim.

Falei e sorri.

Me aproximei o suficiente para conseguir sentir sua respiração em meu rosto, a olhei fixamente e falei.

- Não grita, você vai gostar.

Então cravei minhas presas em seu pescoço.

Ela gemeu de dor, mais não gritou.

Fico feliz em saber que não perdi o jeito.

Lauren:

Saí com as meninas logo cedo, não que eu não confie na minha irmã, jamais, é que prevenir sempre é bom.

Então eu as trouxe a uma bruxa que conheci, pedi para que fizesse duas pulseiras com pingentes enfeitiçados, para evitar a hipnose.

- Eu adorei, é simples, então combina com qualquer roupa.

Camila disse quando eu coloquei em seu pulso.

- Realmente.

Victoria concordou.

- Agora podemos voltar pra casa, e não digam nada a Liza sobre isso, ela pode pensar que não confiamos nela.

Pedi.

- Eu não confio.

Vic falou.

Ignorei seu comentário e continuei andando em direção ao carro.

Camila dirigiu, ela disse que ia me ensinar, mais ainda não tivemos a oportunidade.

(...)

- Chegamos.

Anunciei.

- Estavam aonde?.

Liza perguntou.

- Fomos dar um passeio.

- Legal.

- Alguém morreu enquanto isso?.

Victoria perguntou.

- Pelas minhas contas, não.

- Tem certeza?.

- Está se voluntariando?.

- Não, ela não está.

Falei empurrando a Liza de volta para o sofá.

- Ela é insuportável.

Sussurrou.

- Eu sei.

Sussurrei de volta.

Olhei ao redor e estava tudo normal.

- Pelo visto você se comportou.

- Viu, pode me deixar sozinha, aprendi a me controlar.

- Parece que sim.

- Posso sair sozinha agora?.

- Se não matar ninguém.

- Ninguém vai morrer, pode confiar.

- Então tudo bem.

- Vai mesmo deixar ela andar sozinha por aí?.

Victoria perguntou.

- Vou, algum problema?.

- Tem, mas como ultimamente ninguém me dá ouvidos, que se foda.

Disse e foi para o quarto, batendo a porta com força.

- Alguém está tendo um péssimo dia.

Eliza zombou antes de sair.

- Será que algum dia essas duas vão se dar bem?.

Camila perguntou.

- Espero que sim, por quê eu não tenho vocação pra babá.

- Agora que a sua irmã saiu, pode me contar mais da sua vida, antes de ser enterrada?.

- Não tem muito o que contar, eu já falei tudo.

- Tenho perguntas específicas.

- Ok, fala.

- Já teve algum namorado?.

- Não.

Falei baixando a cabeça.

- Por quê?.

- Bem, nossa mãe gostava de dizer que teve filhas doentes, por quê tanto a Liza como eu, gostamos de garotas.

- Ah, então devo modificar minha pergunta...

Falou sorrindo.

- Namorada?.

- Não, como eu falei antes nunca tive coragem de ir contra os meus pais, eu não gostava de homens, mas também não quis provocá-los ficando com uma menina.

- Eu sei que o que eu vou perguntar agora é um pouco íntimo, e não precisa responder se não quiser.

- Fala de uma vez.

- Pelo que entendi você nunca  namorou ninguém, então, ainda é virgem?.

- Parece patético, mas sim.

- Não é patético.

Falou e sorri.

Ela me olhava sem julgamento, não me fez ficar mal com isso, gostei.





Damas da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora