Voltando pra Casa

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(Uma Semana Depois)

Victoria:

" Não me sinto nem um pouco confortável em levar dois monstros pra casa, infelizmente fiquei com medo de negar que fossem, não deixei transparecer, é óbvio".

Nos dias que prolongamos a viagem, elas passaram a maior parte do tempo fora do hotel, e agradeci mentalmente por isso.

Mas sempre que voltavam, eu sentia um frio na barriga, como se a qualquer minuto eu fosse me tornar um daqueles corpos que vi na boate.

- Estão prontas?.

Camila perguntou as duas.

- Prontas.

Lauren respondeu.

- Vic?.

- Vamos de uma vez.

Falei saindo na frente.

Fiquei em silêncio durante todo trajeto do hotel até o aeroporto, a mesma coisa aconteceu quando o avião levantou vôo.

Passei horas em silêncio, e a Mila nem se importou, sempre que me via calada por muito tempo, vinha conversar comigo, mas agora que tem novas amiguinhas, pouco se importa comigo.

(...)

Lauren:

O avião pousou, e as meninas foram pegar nossas malas, fiquei com a Eliza, esperando que voltassem.

- Não contou nada pra elas, contou?.

Eliza perguntou.

- É claro que não.

- É melhor assim, se souberem que matamos nosso querido sobrinho, não seremos bem vindas, na casa dessas imundas.

- Não seja mazinha.

Falei e ela sorriu.

- Ficaremos lá até que eu encontre um lugar para nós, hoje mesmo vou procurar uma casa à nossa altura, tenho certeza que as duas vivem em um muquifo pior do que aquele hotelzinho barato.

- Sempre crítica.

Falei.

- Apenas a realidade.

Disse.

As garotas se aproximaram carregando as malas.

- Desculpem pela demora.

Camila disse.

- Quer ajuda?.

- Por favor.

Disse me entregando a menor mala.

Eu recusei e peguei a maior, pra mim não pesa nada, então....

Pegamos um táxi e logo chegamos no apartamento delas.

Eliza examinou o lugar com uma cara de desaprovação, eu torci para que não fizesse nenhum comentário maldoso.

- Que lugarzinho...

- Encantador.

Falei à interrompendo.

- Isso, en-can-ta-dor.

Disse passando o dedo nos móveis.

- Tem um pouco de pó, por quê estávamos foram, mas logo logo estará impecável.

Camila disse um pouco envergonhada pelo olhar de julgamento de Eliza.

- Só tem dois quartos, então vamos ter que dividir.

Victoria falou voltando após deixar as malas nos aposentos.

- Sem problema, Eliza e eu dividíamos o quarto quando pequenas.

- Tem todos os problemas do mundo, por quê isso já faz quase 800 anos e ainda lembro que odeio dividir meu quarto com você.

- Garotas, nos dêem um minuto.

Falei e puxei Eliza pra conversarmos no corredor.

- Qual o seu problema?.

Perguntei irritada.

- Não precisamos ficar nesse lugar, vamos para um hotel de luxo, agora que recuperamos nosso dinheiro podemos morar onde quisermos.

- Eu quero ficar aqui, gostei das meninas, e é divertido ter alguém pra conversar, sem ser você.

- Não sou suficiente?.

- Claro que é, só que é a primeira vez que tenho amigas, você sabe que durante toda a nossa vida eu vivi trancada em casa, e olha que já vivemos muito, minha única amiga, fora você, era uma empregada, que você fez o favor de devorar.

- Ela era uma delícia.

- O quê estou dizendo, é que me sinto bem com essas garotas, e quero ficar, mas também te adoro e vou pra onde quiser... Só pensa um pouco em mim, antes de decidir.

Quando acabei de falar, ela revirou os olhos, respirou fundo.

- Ok, a gente fica.

Disse.

- Obrigada, e tenta não ser tão insuportável.

Falei dando um abraço rápido e voltando pra dentro de casa, ela me seguiu.

- Vamos dividir o quarto.

Eliza falou com tom aborrecido.

- Vou mostrar o quarto de vocês, me acompanhem.

Mila disse e nos levou até o quarto.

Não demorou muito, o apartamento não é grande.

Elizabeth:

Esse lugar é uma afronta ao bom gosto, quem já se viu pregar papéis enormes com fotos nas paredes, que horror.

Infelizmente vou ter que suportar esse lugar pela Lauren, por minha culpa ela passou a maior parte de vida trancada na propriedade da família, então tá na hora de ser menos egoísta e deixar ela tomar as próprias decisões.

- Até que é bem aconchegante.

Ela disse se sentando na cama, logo que a imunda saiu do quarto.

- É, pra um buraco.

- Liza.

Me lançou um olhar severo.

- O quê? Vai dizer que uma pessoa consegue viver aqui? É do tamanho do meu quarto de sapatos.

- Qual a parte de ser menos insuportável você não entendeu?.

Falou e comecei a desfazer a mala.

- Preciso comprar mais roupas.

Falei mudando de assunto.

Enquanto ficamos na Romênia, compramos algumas peças por lá, mas eu não consigo viver com " algumas" peças, preciso do suficiente pra não conseguir enxergar o fim do armário de tanta roupa.

- Eu também, e estou sentindo falta de algo brilhante no pescoço.

Ela disse.

- Podemos mandar as imundas nos levar até uma loja.

- Para de chamá-las assim.

- Já tá pedindo demais.

Falei, é algo impossível de controlar.

(...)

Garota Encapuzada:

Há pouco mais de uma semana os túmulos enjaulados foram abertos, as garotas que estavam trancadas sumiram, e agora estou a procura de ambas, e também da pessoa que às libertaram.

Só assim vou conseguir acordá-la.

Damas da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora