Invasão

174 22 12
                                    

Camila:

" Estou tão animada, sempre fui fã desse tipo de coisa, acho que já li todos os livros sobre vampiros, demônios e bruxas já publicados.

E sempre tive vontade de visitar todos os lugares das histórias, só que meus pais nunca permitiram.

Só que agora as coisas são diferentes e posso ir a todos os lugares que desejar".

- Aonde vamos primeiro?.

Perguntou assim que nos instalamos no hotel.

- Ao cemitério reservado.

- Não é preciso uma autorização?.

- Se quiser entrar pela porta, sim, mas....

- Tá querendo invadir o cemitério?.

- Por quê não?.

- Sei lá, talvez por que seja crime?.

- Não vamos fazer mal a ninguém.

- Prefiro esperar por uma autorização.

- Isso vai levar meses, talvez até anos.

- Então voltamos quando conseguirmos uma autorização.

- Não, nós vamos hoje à noite.

- Mila...

- Qual é Vic, durante toda as nossas vidas, a gente cumpriu as regras, pelo menos uma vez vamos fazer algo interessante.

- Se interessante pra você é ir presa...

- Acho que está com medo.

- De uma coisa que não existe?.

- Então vamos.

- Não.

- Medrosa.

Provoquei.

- Não sou.

- Prova.

- Eu... Ok, iremos invadir essa noite.

- Assim que se fala.

(...)

Saímos em direção ao cemitério assim que deu meia-noite.

Entramos por um buraco que fiz na cerca usando um alicate.

- Caramba, realmente existe.

Falei me aproximando, eu sabia que tinha os túmulos, só que ver pessoalmente é outra coisa.

- Já vimos, agora vamos embora.

Vic disse parecendo assustada.

- Pensei que não acreditasse no sobrenatural.

Falei.

- Não acredito.

- Então por quê está com medo?.

- Não estou.

- Aham, sei.

- Sério.

- " O sangue dos que matou é o único que as libertará."

Li a frase gravada na lápide.

- O quê significa?.

- Pelo que entendi no documentário, a única forma das criaturas serem libertas, e se um humano sangrar em seus túmulos.

Falei.

- Quem séria idiota o suficiente pra sangrar nisso?.

Perguntou.

- Idiota não é a palavra, eu diria curioso.

- Mila...

Me olhou desconfiada.

- Não custa nada tentar.

- Se eles se libertarem.

- Pensei que não acreditava.

- Ainda não acredito, só que é melhor não brincar com essas coisas.

Revirei os olhos, às vezes ela pensa demais, nunca consegue só viver o momento sem se preocupar.

Comecei a revirar minha bolsa, a procura de algo que pudesse usar para fazer um pequeno corte em mim.

Encontrei uma tesoura de unha com a ponta afiada.

- Você é maluca.

Vic falou indo embora.

Eu usei a tesoura pra fazer um corte na mão.

Conforme as instruções escritas na lápide, desenhei uma lua decrescente, cheia e crescente  em ambos os túmulos.

Um vento forte começou a soprar do nada.

- É agora.

Falei animada.

Esperei alguns instantes mas nada aconteceu.

- Acho que a Vic tem razão, é apenas história para atrair turistas.

Coloquei uma faixa no corte da minha mão, peguei minha bolsa, e fui embora.

A Vic estava sentada na calçada.

- Vamos?.

Chamei.

- Aconteceu alguma coisa?

Perguntou percebendo meu desânimo.

- Não, e foi isso que me deixou chateada.

- Eu falei que essas coisas não existem.

- Ah, cala a boca.

Falei.

- Vamos voltar para o hotel.

Disse e foi na frente.

(...)

Damas da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora