Tempo

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A noite estava gelada e escura, as nuvens negras cobriam o céu na sua totalidade, não permitindo que nenhum raio de luz noturno passasse entre elas. A escuridão era total, aterradora e previa a própria morte, sem misericórdia.

Hogwarts foi preenchida com trevas, desespero, medo e demasiadas incertezas. Todos os alunos tremiam quando viam os devoradores da morte, que os adoravam torturar, passar ao seu lado com sorrisos sinistros e cínicos. A era de Voldemort tinha retornado e os adolescentes não podiam estar mais amedrontados por isso. O terror apoderou-se da escola.

Claramente, Harry Potter apareceu como o seu cavaleiro de armadura brilhante e com a ajuda da Ordem da Fénix conseguiu expulsar os devoradores da morte, incluindo o seu professor de poções e substituto de Albus Dumbledore como diretor da escola de magia, Severus Snape.

O mesmo professor que ficou imóvel, não por medo, mas por aceitação do seu destino, quando viu Nagini, a cobra do Lord das Trevas, atacá-lo com toda a força, espalhando o veneno das suas presas pelo corpo humano do homem adulto.

Foram vários ataques e o animal apenas parou quando o seu dono ordenou. Olhando de forma satisfatória para o homem que fora um dos seus servos mais leais, para não falar de espião. Claro que era um desperdício, um génio como aquele homem não era visto o tempo todo. Quem mais criaria os seus próprios feitiços apenas com quinze anos? Quem melhoraria as poções, mesmo sendo básicas, em comparação àquelas já existentes e que ninguém se deu ao trabalho de ver se podiam ser melhoradas? Quem mais conseguia duelar com quatro pessoas ao mesmo tempo desde tenra idade? Obviamente ninguém e era por isso que Voldemort sabia que aquilo era um desperdício.

No entanto, o cara de cobra não podia arriscar, a lealdade da varinha estava com Snape. Mesmo que a varinha das varinhas agora estivesse nas suas mãos, ela não o aceitava como o seu mestre. Por essa razão, ele precisava de Snape morto, assim a lealdade seria quebrada e ele seria o novo dono da varinha. Pelo menos era isso o que pensava.

Claramente, Voldemort não sabia do plano muito bem formulado e meticuloso de Dumbledore.

Severus tinha que admitir que a cabra velha era profissional em enganar os demais, sobretudo com o seu ar de avô bonzinho. Mas o homem conhecia muito bem a verdadeira face do idoso. O mais velho era tão inteligente e manipulador que ele conseguia tratar as pessoas ao seu redor como fantoches e marionetas, cujas cordas nunca saíam dos seus dedos e se saíam eram rapidamente agarradas, como se não tivessem fugido em primeiro lugar. O outro era tão esperto que conseguiu fazer com que o de olhos de ónix fizesse todo o trabalho sujo e fosse o alvo de todas as críticas e comentários maldosos.

Sim, esse era Dumbledore. O homem não se preocupava com mais ninguém a não ser os seus próprios leões e a sua influência e poder no mundo mágico. Dúvidas?

Bom, em primeiro lugar Dumbledore apenas considerava os Gryffindor como aqueles dignos da sua atenção. Tudo o que os desgraçados faziam era justificável e nunca eram punidos por nada, mesmo que um deles tenha tentado assassinar um outro aluno. Contudo, como o último não era um Gryffindor e além do mais Slytherin, o leão foi perdoado e a serpente ameaçada de expulsão caso revelasse o segredo do amigo lobisomem do Gryffindor.

Ah, eram mesmos uns desgraçados, mas a culpa era de Dumbledore, que nunca usou as rédeas para controlar os cavalos.

Em segundo lugar, a culpa da maioria dos Slytherin acabarem por seguir Voldemort foi, maioritariamente, dele. Todos esses alunos foram instigados pelos próprios pais, que acreditavam na supremacia de sangue, a seguir o Lord das Trevas, em busca da eliminação dos muggles e nascidos muggles. Severus era um deles, ele apenas juntou-se ao lado negro para fugir do seu pai abusivo e alcoólatra, um pai que deixava marcas evidentes na sua pele, fosse de cinto, cigarro, murros ou até mesmo cortes de vidro das tantas garrafas que o mesmo bebia. Snape implorou por ajuda, ele não aguentava mais sofrer nas mãos daquele homem.

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