Adeus eterno

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Severus não queria sair de casa da Charlotte depois daquele dia. A idosa conseguia compreender o receio do menino, mas ela não queria que os estudos do menino fossem prejudicados. Logo, após muita insistência, a mais velha conseguiu convencer o mais novo a ir para a escola.

Claro que Severus ainda sentia muito receio em ir, ele tinha medo de encontrar a sua mãe pelo caminho e esta fazer alguma coisa ou até mesmo o seu pai para levá-lo de volta para casa, apesar de o segundo ser muito improvável por causa do trabalho do homem.

Contudo, o menino tentou fazer com que o seu medo não se transparecesse para as pessoas de fora. Apenas Charlotte tinha acesso à sua parte mais frágil, uma vez que era ela quem o protegia e o cuidava atualmente.

Para que a criança se sentisse mais segura, Queens decidiu acompanhar o menor para a escola e certificar-se que ele ficaria bem, mesmo que fosse um tormento para a idosa que, pela idade, não conseguia mover-se muito bem e também já não era tão resistente como no seu tempo de juventude. Mas ela não se importava realmente, apenas com ver o alívio estampado na face do mais novo fazia tudo valer a pena.

Na escola, a criança continuou com as suas boas notas, algo que deixou Charlotte aliviada.

Claro que, nesses momentos, Severus sentia-se mal pela senhora que não fazia a menor ideia que ele era um adulto de trinta e oito anos no corpo de uma criança, mas não era como se ele pudesse contar-lhe. O que diria? Que ele viveu até ser assassinado por um psicopata maluco e que acordou no seu eu infantil? Não, ele não podia, Charlotte podia ser compreesiva com muita coisa, mas isso seria o cúmulo para a mulher, Severus inclusive tinha receio que a outra morresse de ataque do coração. Estava fora de questão contar a qualquer outra pessoa sobre a sua experiência pós-morte.

Não esquecendo de Lily e os Tudor que notaram que o rapaz estava mais stressado e nervoso. A ruiva tentou saber do que se passava com o amigo, mas o mesmo permanecia calado e não abria a boca para falar sobre os seus assuntos pessoais. Obviamente que a menina era teimosa e insistia em querer saber tudo o que se passava com o melhor amigo. No entanto, os gémeos eram bastantes perspicazes e, apesar de serem somente um ano mais velhos que eles, entenderam que o menino não queria falar sobre o que lhe estava a importunar, logo eles convenceram a menina, sabe-se lá como, em deixá-lo em paz e não tocar no assunto. Snape era agradecido aos gémeos, saber que ninguém iria aborrecê-lo sobre o assunto deixava-o mais descansado.

Atualmente, Severus encontrava-se no escritório dentro do estojo a ler alguns livros existentes sobre o artefacto de família. Tal e qual como o menino pensava, o instrumento era a razão pelo qual a herança permanecia ativa nos membros da família após diversos cruzamentos com outras famílias. A flauta era constituída por diversas partes sólidas dos corpos de vários animais e monstros, como chifre de unicórnio, osso de fénix, dente de basilisco, garras de hipogrifo e por aí adiante a repetir este ciclo de partes resistentes e sólidas de corpos de animais com propriedades mágicas.

Infelizmente, essa era uma das poucas informações que existia sobre o instrumento, uma vez que não havia o processo de como a relíquia fora feita. Severus tentou descobriu mais a partir do primeiro diário existente nas prateleiras dos diários, o primeiro Prince que escreveu para os seus sucessores. Contudo, para seu azar, o primeiro diário era sobre um sucessor da família que nasceu muitos anos depois de o instrumento ser criado e, por isso, não fazia a menor ideia de como fora criado.

Mesmo assim, esse indivíduo, chamado Hendrix Malachi Prince, escreveu sobre as suas suspeitas de como a flauta devia ter sido criada, deixando vários esboços e estudos sobre o assunto, mas todos chegavam a um beco sem saída, já que a relíquia deveria ter sido criada a partir de magia ancestral e não apenas por um, mas vários feiticeiros com acessoa a este tipo de magia. Não só isto como também Hendrix fala da situação onde Severus se encontrava: a flauta estar magicamente exausta e precisar absorver a magia do portador.

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