Passeio de Inverno

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Severus inclinou a sua cabeça para fora da passagem secreta, observando os seus arredores a ver se não havia nenhum aluno para apanhá-lo desprevenido e perguntar como raios tinha encontrado aquela passagem secreta.

Ao ver que o caminho estava livre, o menino saiu do seu esconderijo e a passagem secreta fechou-se, sendo substituída por uma estátua de um troll com dois machados gigantes nas mãos, cruzados à frente do peito.

Snape deu um suspiro de alívio ao ver que ele estava no sétimo piso do castelo, o sítio onde ele queria estar.

Depois daquele dia louco, onde o rapaz falou com Rosier, encontrou a lula gigante e conversou com Remus, ele deciciu pesquisar mais sobre a sua herança e descobrir os seus limites. No entanto, a criança não teve oportunidade de entrar no seu escritório, uma vez que os gémeos ficavam colados nele vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.

A ideia inicial de Severus para se "livrar" dos gémeos era, relativamente, simples: queixar-se deles para Joline nas cartas. A mulher achou um pouco engraçado e adorável o facto de, finalmente, o menino estar a se abrir com ela, já que ele estava a reclamar sobre os gémeos. A mãe tentou acalmar Severus, pedindo também que fosse compreensivo com os rapazes, mas também repreendeu os gémeos, para que dessem à outra criança o seu espaço.

No entanto, apesar do pequeno sermão fornecido, os gémeos ainda insistiam em permanecer ao seu lado, sendo a única solução não ficar tão próximo do outro rapaz.

Isso aborreceu um pouco o mais novo, que pensou que, finalmente, teria um tempinho para si para pesquisar o que precisava. Mas não, não foi assim.

Neste caso, Severus não viu outra opção a não ser "fugir" dos gémeos quando os mesmos estavam distraídos. Não que ele se sentisse orgulhoso de tal facto, ele tinha a certeza que os gémeos iriam revirar o castelo à sua procura e ficariam doentes de preocupação, com receio de alguma coisa ter acontecido com ele. Mas o menino realmente precisava daquele tempo na sua pesquisa, muitas portas seriam abertas ou permaneceriam fechadas apenas com isso. Por isso ele decidiu "fugir" por algumas horas, naquele fim de semana, e preocupar um "bocadinho" o par de irmãos.

Snape olhava em volta, sem se surpreender pelo facto de não haver ninguém presente àquela hora da manhã.

Na verdade, Severus apenas foi capaz de "escapar" dos gémeos apenas por acordar mais cedo do que o normal e sair do dormitório sem eles.

Não havia outra opção na sua perspetiva.

Snape andou de maneira ligeira e silenciosa pelos corredores, prestando atenção às ondulações da magia ancestral de Hogwarts, caso esta tentasse avisar sobre alguém.

De repente, o rapaz para ao deparar-se com uma tapeçaria com Barnabas the Barmy numa tentativa bizarra e tola de ensinar trolls a dançar balé.

Severus franziu os lábios antes de fazer uma careta estranha, negando com a cabeça logo após. O homem, certamente, era maluco.

Um pequeno riso saiu da boca de Severus, perante a perspetiva de ele próprio conseguir controlar os trolls com a sua flauta e fazer com que eles dançassem balé. Merlin, Barnabas morreria de inveja.

A criança deixou de rir e mirou a parede oposta da tapeçaria, o coração a palpitar com excitação. Alguns passos foram dados para um lado, depois virou o corpo e foi para o outro, para então voltar a ir no outro sentido, enaquanto pensava num lugar calmo, longe de olhares curiosos, perfeito para estudar. Nisto, Severus repara a magia de Hogwarts e mexer-se e a trabalhar com mestria, enquanto a porta se formava à frente dos seus olhos, a magia, constituída por diversas cores, também rodopiava atrás da mesma.

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