Redenção

Música

Depois do dia desastroso das compras, Severus não se atreveu sair no dia a seguir, visto que era um domingo, então o seu pai ainda estaria em casa e, muito provavelmente, ainda zangado. Por essa razão, o menino decidiu que o melhor seria permanecer no seu quarto o dia todo e tentar recuperar das cintadas que o seu pai lhe dera. Na verdade, Severus sabia que devia sentir-se agradecido pelo seu pai pedir que ele tirasse apenas o casaco e não o resto da roupa, assim seria mais fácil recuperar das suas "feridas".

Severus saiu somente do seu quarto ao almoço e ignorou o jantar, acreditando que podia comer uma vez e seguir em frente com a sua recuperação.

A magia de Severus ajudou no processo, visto que esta notou que o seu portador precisava de ajuda para se curar e agiu com esse pretexto.

Na segunda-feira, a criança ainda se sentia um pouco dormente das costas, mas muito melhor do que no dia anterior. O menino ignorou o pequeno-almoço com a sua "família" e esperou que o adulto saísse de casa para poder fazer o mesmo.

Quando chegou a sua hora, Snape vestiu uma das suas roupas novas, pegou na sua mochila com os livros que comprara e a manta enrolada no estojo com a flauta. Ele abriu a porta do seu quarto e espreitou através das escadas o que acontecia. Esperou uns minutos e ouviu Eileen levantar a mesa, apesar de não lavar a loiça. A criança desceu as escadas com pressa e abriu a porta da entrada de forma rápida.

-Severus!- chamou a mulher que ficou surpresa pela velocidade

No entanto, a criança não olhou para trás, fechando a porta atrás de si e correndo daquele lugar. Ele queria ver a Sra. Queens, ele precisava ver a idosa amável, o seu ponto de abrigo.

O menino correu de forma desesperada, com os pulmões a queimar e o coração a querer explodir. Depois de alguns minutos ele chegou finalmente ao seu destino. Ele bateu de forma desesperada à porta e ficou nervoso ao ver que Charlotte estava a demorar para abrir. Mas a porta abriu e Severus não pôde ficar mais feliz por ver a idosa de cabelo loiro e muitas brancas.

-Severus? Está tudo bem, meu querido? Pareces nervoso- questionou a mulher um pouco preocupada

O lábio de Severus tremeu como se quisesse chorar, mas as lágrimas não vieram. Charlotte, preocupada, deixou o menino entrar enquanto pedia para que este se acalmasse.

-Oh, meu amor, está tudo bem? Comeste algumas coisa?- perguntou ela

-Não tomei o pequeno-almoço...- disse Severus numa voz fraca

-E porque não?- perguntou confusa e com a testa franzida

-É... complicado- respondeu Severus e isso era o melhor que Charlotte conseguiria tirar

A mulher passou a mão na cabeça um pouco suada do rapaz e tentou aliviar o seu nervosismo e ansiedade.

-Queres tomar um banho para te sentires melhor? A varinha está no escritório- sugeriu a mais velha

-Sim, obrigado- disse Severus a pousar as suas coisas no sofá da sala

Charlotte sorriu para o menino e avisou que faria um bom pequeno-almoço para os dois e para que ele se despachasse. Severus afirmou com a cabeça e subiu as escadas até ao escritório. O rapaz tirou a mochila que os Evans lhe haviam dado e tirou alguns produtos de higiene de lá de dentro, ele voltou-se para a secretária do escritório e viu a varinha do falecido Allanon, agarrando-a logo a seguir. A criança então foi para a casa de banho, pousou os produtos numa mesa ao lado da banheira, agarrou a varinha e apontou-a para o interior da banheira, sussurrando em seguida um Aguamenti. Após o feito, Severus usou feitiços para aquecer a água e tudo estava pronto.