Hogwarts

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Severus pensou, realmente, que o seu verão seria sossegado e tranquilo, sem muita coisa para fazer. Apenas o costume, passear com Calliope, brincar com Hamtaro, acariciar as penas de Kuro, ler os seus manuais escolares para refrescar o conteúdo (apesar de saber tudo graças à occlumency). Nada demais, apenas o básico, algo que agradava profundamente o menino.

Mas não. Não podia ser assim.

Depois do dia das compras, onde Tobias ficou impressionado, porque o seu filho cumpriu a sua promessa, Severus permaneceu quieto por nem uma semana antes de Rose Evans aparecer na sua porta com Lily e Petúnia ao seu lado.

Eileen também tinha ficado muito surpresa, uma vez que eles não recebiam nunca visitas, especialmente da amiguinha de Severus que nunca se atreveu a visitá-los. Por razões óbvias, claramente.

Rose sorriu para ele e entregou-lhe uma carta amarelada com uma péssima caligrafia. Evidentemente, Severus ficou confuso e mirou a mais velha em busca de repostas. A senhora apenas riu e sorriu para ele.

-É daquele menino que conhecemos nas compras- esclareceu ela- Eu e Alfred demos-lhe a nossa morada caso ele quisesse comunicar-se contigo

Severus arregalou os olhos e mirou a carta nas suas mãos sem ter a certeza do que pensar. Queria pregar partidas a partir das cartas? Era uma possibilidade, apesar de ele não ter feito nada para irritá-lo. Mas, lá está, ele também não fez nada na sua vida passada e mesmo assim foi perseguido, atacado, humilhado e quase morto. Bastava que Potter não estivesse satisfeito com alguma coisa que ele iria atacar. Talvez ele não tenha gostado da hostilidade de Lily e pensava que isso estava relacionado consigo?

Snape engoliu em seco e era possível ver o seu nervosismo estampado na sua cara. Rose sorriu docemente para o menino e colocou uma mão no ombro do menor.

-Não fiques nervoso, querido, James deve sentir saudades, apenas isso- disse a mulher

Saudades? Não lhe façam rir! Aquela rapaz não se desapegava dele. Era como se fosse cola! Não só isso, como também Potter o importunou o dia inteiro ao chamá-lo de "fofinho" e ao fazer perguntas sem parar!

Severus franziu um pouco os lábios, dando um suspiro logo a seguir e abrir a carta.

"Olá, fofinho"

Bolas! Tinha que começar logo assim? Não podia ser "Olá, Snape"? Ele até aceitava "Severus", mas não "fofinho"!

Severus grunhiu um pouco, pelo menos a carta não parecia estar armadilhada, então era uma coisa boa.

O menino continuou a ler a carta, surpreendendo-se quando não houve palavras maldosas ou que insultassem a sua pessoa (a não ser pela letra horrível). Na verdade, James estava a ser bastante amigável e dócil, a perguntar como ele estava, o que fazia, se estava ansioso para começarem as aulas, entre outras coisas. O outro também escreveu como já sentia saudades dele, como queria saber mais sobre eles e... ser seu amigo.

O queixo de Severus caiu, completamente surpreso pelas palavras daquele que, uma vez, atormentou a sua vida.

Obviamente, o rapaz pensou que era uma piada de mau gosto e que James estava a brincar com a sua cara. No entanto, o seu coração apertou um pouco com o pensamento que o menino não era o seu antigo bully, ou, pelo menos ainda não o era. Severus tinha a capacidade de mudar tal destino, ele apenas tinha de se dar bem com James. Não ser bem amigo dele, uma vez que o outro iria se reunir com os seus amiguinhos em Hogwarts, mas dar-se bem ao ponto de não ser vítima de ataques e humilhações.

O olhar de Severus encheu-se de determinação e virou-se para ir ao seu quarto.

-Onde vais?- perguntou Lily a franzir a testa

RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora