No dia seguinte, Severus apresentou-se à mesa da cozinha para tomar o pequeno almoço ao lado dos seus pais. Eileen colocou uma torrada queimada e sem manteiga à frente do menino como também um copo de água para matar a sua sede. Claramente, o menino não se queixou em voz alta, apesar de ele achar ridículo o facto da sua mãe não conseguir fazer uma torrada, sem queimar, após tantos anos no mundo muggle. Má disposição afetava muito a capacidade de uma pessoa.Tobias, como sempre, grunhiu perante o pequeno-almoço intragável, mas comeu o que lhe era servido sem dizer uma palavra.
Eileen sentou-se à frente do seu marido e ao lado do seu filho enquanto fazia uma careta ao dar uma dentada na torrada.
Severus quis rir, realmente ele quis, a mulher não se esforçava para aprender a fazer uma simples torrada e agora sofria em silêncio. Hilário. Contudo, ele aguentou e comeu o seu pequeno-almoço intragável de cabeça baixa.
No fim da refeição, Tobias fulminou Eileen com os olhos, enquanto a sua cabeça estava pousada nos seus dedos entrelaçados. O homem não parecia ter intenções de ir trabalhar até a mulher fazer o que ele esperava que ela fizesse.
As mãos de Eileen apertaram um pouco, a mulher levantou-se do banco e mirou o seu filho.
-Vai buscar a tua mochila, está na hora de ir para a escola- disse ela
Severus olhou a mulher e depois o seu pai que ainda tinha os seus olhos postos na outra. O menino percebeu que a ação da sua mãe estava relacionada com a discussão do dia anterior e Tobias, para se certificar que Eileen iria com ele, pretendia esperar que o par de mãe e filho saíssem de casa, visto que o homem não iria acompanhá-los para a escola por causa do seu trabalho.
A criança não disse nada e subiu as escadas para ir ao seu quarto, agarrando logo a seguir a mochila que já estava pronta para o dia de aulas. Ao descer, ele ainda viu a loiça suja em cima da mesa, enquanto Eileen esperava por ele ao lado da porta. Severus captou um leve tremor no olho do seu pai que, claramente, estava infeliz com a atitude da mulher.
-Vamos, não queres chegar atrasado- disse Eileen a abrir a porta
Severus permaneceu calado e passou pela sua mãe, saindo de casa e sendo seguido pela mais velha. Tobias ficou à porta enquanto os seus olhos seguiam o par sem vacilar, mas ao mesmo tempo sem muitas emoções refletidas nas suas íris ou pupilas. Talvez apenas desconfiança e um pouco de ódio. Contudo, o menino não teve tempo de averiguar tal coisa, caminhando lado a lado com a sua mãe.
Alguns minutos passaram e, quando os dois estavam longe o suficiente de casa, Eileen parou de andar e olhou o seu filho com um sorriso sem levantar as suas sobrancelhas, apenas os cantos da sua boca estavam levantados para referir um sorriso. Os seus olhos não tinham brilho.
-O teu pai disse que recebeu reclamações, através da Viúva Queens, dos funcionários, porque ninguém te vai buscar à escola- disse ela- E que tu querias ir embora, mas eles não te deixavam ir
O menino parou igualmente de andar e mirou os olhos da sua mãe que não revelavam nada que lhe pudesse ajudar a perceber o que se passava.
-Eu queria ir, mas não me deixaram- disse o rapaz
-Eu sei, eu sei- disse Eileen ainda a sorrir- Que tal isto? Diz-lhes que eu estou à tua espera numa loja perto da escola, assim poderás sair e vir para casa sozinho
Severus piscou ao ouvir aquelas palavras, arregalando os olhos logo a seguir, ainda a olhar a sua mãe. A mulher não tinha aprendido nada com a discussão com o seu marido? Ela ainda pretendia deixá-lo ir sozinho para a escola? E a vir também? Ela não tinha medo do que Tobias poderia fazer caso descobrisse o seu plano?
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Redenção
FanfictionSeverus morreu naquela noite nas mãos do Lord das trevas, o homem para quem ele "trabalhava" e era "leal", pelo menos era o que o tal Lord acreditava que ele fora, um servo impecável. Mesmo assim, ele acabou por morrer pela cobra do seu amo. Ele sab...