Magia

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Severus ficou cerca de dois dias inteiros a trabalhar na sua occlumency, parando somente quando fosse hora de comer, de resto ele passaria o tempo todo no seu quarto em completa meditação enquanto trabalhava na sua mente. Foi exaustivo para não dizer mais, mas os seus esforços ganharam frutos.

Severus era um mestre da mente nato, na sua vida passada ele aprendeu em um mês tudo o que devia para ter bons escudos na sua mente e tirar bom proveito da sua capacidade mental. Todos os seus amigos ficaram horrorizados quando souberam, mas Lucius e Regulus ficaram felizes por ele, como também aliviados.

Agora, mesmo sendo criança, Severus conseguiu fortalecer a sua mente em apenas dois dias inteiros e mais uma noite, se ele contasse com a noite de sexta.

Agora era segunda de manhã e o seu pai tinha acabado de sair para trabalhar. Severus estava com a sua mãe, mas esta virou-lhe as costas e subiu as escadas. Já ia dormir? Perguntou para si mesmo o menor. No entanto, Eileen voltou a descer passado alguns minutos, com um vestido até ao joelho e maquilhagem posta, para não falar do seu cabelo arrumado e bem penteado.

A mulher passou pela criança e abriu a porta de entrada, ela parou antes de sair e mirou o seu filho.

-Não digas ao teu pai que eu saí de casa- e foi a única coisa que ela disse antes de fechar a porta após sair

Severus franziu a testa, era costume ela sair assim? Bom, na verdade, ele não sabia de todo, já que na sua outra vida ele tinha o costume de sair porta fora mal comesse o pequeno-almoço e só voltava na hora do almoço ou nem isso e retornava apenas no jantar. Ele, realmente, não sabia onde a sua mãe ia o dia todo.

No entanto, isso não importava para Severus em absoluto, talvez sentisse curiosidade em saber o que era, mas ele tinha coisas mais importantes para fazer. Agora que ele tinha a sua mente estável ele precisava treinar a sua magia e melhorar a sua aparência. E era exatamente isso o que faria agora.

Severus tinha em mente que, muito provavelmente, a sua mãe voltaria antes do meio dia, então ele iria usar a varinha da mais velha até às onze horas.

O rapaz correu para o andar de cima e entrou no quarto dos seus pais. O lugar cheirava muito a álcool e tabaco, num nível que fazia com que Severus quisesse vomitar. Mas ele aguentou. O menino abriu um armário de tralha que tinha dentro da parede e, num canto, encontrou o velho baú da sua mãe. Ele não sabia se o baú tinha proteções contra roubo, provavelmente sim, mas, segundo o que Lucius lhe dissera uma vez, essas restrições não incluíam familiares, então ele estaria seguro.

Mesmo assim, Severus colocou a sua mão na tampa e tentou sentir que tipo de encantamentos e proteções existiam. A criança ficou horrorizada quando apenas sentiu, depois de longos minutos, feitiços de expansão. Porque é que Eileen não tinha feitiços de proteção? Desativou-os porque entrou no mundo muggle? Era possível, mas um pouco estúpido da sua parte. Ou ele não sentia porque ele não era considerado um invasor por ser um descendente?

Severus deu de ombros e abriu o baú, deparando-se com muitos livros, alguns dos quais ele foi obrigado a levar para escola para se poupar dinheiro. Também tinha pergaminhos, cadernos, penas, entre outras coisas. Mas o mais importante de tudo era a varinha com uma coloração acinzentada e talhada com desenhos em espiral.

Os olhos negros de Snape brilharam em contentamento e a sua mão direita voou para pegar a varinha. Ao tirá-la do baú, Severus podia sentir que a sensação era diferente daquela que ele tinha com a sua, nem sequer aconteceu nada quando agitou o pedaço de madeira com núcleo. Bom, ele já esperava por isso, a varinha da sua mãe não era a mais adequada para si, mas também não era a menos compatível.

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