0.14 Nᴏᴠᴀs ᴘɪsᴛᴀs: Kɪᴍ ᴊɪ-ʜᴏᴏɴ

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𝑩𝑼𝑺𝑨𝑵,𝑪𝑶𝑹𝑬́𝑰𝑨 𝑫𝑶 𝑺𝑼𝑳

|S E M    R E V I S Ã O|

     Com suas mãos presas ao volante de seu carro e os olhos atentos a pista, Jimin suspirava profundamente tentando entender,buscar por uma alternativa onde poderia obter repostas, soluções para aqueles vagos em toda sua investigação. Era algo bom,uma forma de  se sentir vivo,no entanto, Park jurava que aquilo tudo estava lhe deixando sufocado e tedioso,afetando seu humor e dificultando tudo o que fazia. Estava cansado e exausto,a persistência naquele caso estava insultando sua inteligência, brincado com seu potencial e desafiando sua linha de raciocínio.

      Em todos os anos que se passaram,cada caso que havia passado por suas mãos, Park Jimin fora ardiloso,ágil em solucionar o que tanto tirava a paz da polícia de Busan,mas naquele momento, diante aquelas prontas soltas de uma situação na qual parecia lhe insultar constantemente, o investigador se via na berlinda, sentindo mãos fortes lhe empurrarem de forma medíocre. Ele não saberia explicar tudo o que estava em sua mente, tam pouco expor os sentimentos que lhe angústiava a cada novo segundo de seu dia.

      Quando parou o carro no lugar mencionado na mensagem, e muito bem conhecido,Jimin engoliu a seco ao encontrar aquele aglomerado de pessoas, observando a forma como aquela gente parecia querer invadir o território da polícia, somente para garantir informações evasivas. Uma coisa que se aprende quando está disposto a trabalhar com aquele tipo de situação, é que,apesar de todos os seres humanos terem aquela parcele ruim em seu âmago, ainda sim,deveriam ser levado em consideração quando se tratasse de algo como o que estaria enfrentando.

      Park não era um psicólogo, não se via no direito de julgar ou questionar a índole duvidosa da raça humana; contudo,conhecia a falta de caráter que habitava no interior de alguns,tinha a plena consciência como eles poderiam ignorar qualquer sentimento de senso. Era por tais motivo que seus sentimentos em relação a repórteres, não eram os melhores,os respeitava e reconhecia o valor de suas profissões,assim como qualquer outra. Mas sabia e deixava visível para qualquer um: pessoa alguma tinha o direito de invadir um momento de dor, não deveriam invadir a privacidade de vítimas como aquela,da família que se encontrava desolada por perder um ente querido.

       Todavia,sob a certeza de que não poderia fazer muito, além de seu trabalho, Park ajeitou seus fios,umedeceu os lábios rapidamente e encarou seu olhar no espelho retrovisor do veículo. Estava tentando se ver pronto para encarar mais um corpo desfalecido,sem traços de vida devido a um homem psicopata. Queria entender o motivo para todo aquele derramamento de sangue, compreender quais eram os motivos e objetivos daquele ser desprezível,o porquê de assassinar jovens inocentes.

       Com passos firmes e seguro do que deveria fazer e como teria de encarar a situação,Jimin abriu a porta de seu carro e deixou o veículo, acionando o alarme. Seus passos foram severos e diretos, mostrando não querer ninguém por perto atrapalhando o trabalho da polícia e de todos aos peritos, portanto,ao se ver passando por entre todas aquelas pessoas,acenou para um oficial, pedindo para que o local fosse esvaziado.

     O local era perfeito para uma desova,assim como qualquer outro que fora lhes apresentado como cena de crime, contudo,estar ali e se aproximando do corpo da mais nova vítima,Jimin entendeu mais uma parte crucial para sua investigação: enquanto estavam naquele lugar, estudando os acontecidos com o cadáver,o homem por trás daqueles assassinatos se encontrava marcando uma nova vítima e um novo ambiente onde pudesse concretizar seu feito,mais um dos muitos seres que estenderiam sua ficha criminal,mas que também, destruiria a vida de muitas outras famílias.

      Seu jeito empoderado,a forma como enxergava a vida e se limitava a grandes emoções, não faziam de Park Jimin um homem sem sentimentos,sem interesse no que as outras pessoas poderiam sentir,ainda mais sendo por causa de um deslize ou um serviço mal feito que tenha sido acometido por si. Ele era um bom rapaz,um alguém que deveria ser destaque em meio a toda aquela sociedade suja e tóxica,no entanto, não era um ser místico capaz de prever o que estava por acontecer: portanto,estar diante a um caso como aquele,o fazia perceber que apesar dos pesares,havia compaixão em seu interior,bem mais do que poderia contar.

Caso 369 [∆ CONCLUÍDO∆]Onde histórias criam vida. Descubra agora