0.24: Árdua dinâmica dos fatos;incerto!

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    O mundo não se importa se você vive ou morre,ele apenas lhe encara como um fracassado que não suportou o que tanto foi planejado. A teoria e afirmação que nos alimenta para que exista a persistência e a crença de que dias melhores estão por vir,se torna algo desprezível em muitas situações, é como desejar que um recém nascido comece a fazer contas matemáticas e interpretações cotidianas. A frase perdura por mais que exista o desejo de questionar, agimos de acordo com o roteiro e engolimos as dúvidas frequentes e capazes de dilacerar um corpo físico e mental.

    E estando no aconchego de sua casa, segurando um copo com uma dose de whisky puro,Jimin encarava o líquido amarelado como se pudesse buscar suas respostas naquela bebida,como se tudo o que lhe atormentava a anos estivessem mergulhados naquele vidro arredondado. Era a primeira rodada e ao menos conseguiu engolir, algo em si lhe impedia de fazê-lo,como se a cada vez que seu braço erguia-se levando a mão rente a seu rosto e próximo a seus lábios carnudos,existisse alguma coisa a puxando para baixo. A realidade era somente uma: estava perturbado com todas as descobertas, tenso com a incerteza do que faria após tudo ter um fim.

    Jimin era um homem centrado,um rapaz que prezava pelo controle de sua vida,um alguém que jamais se perderia em encruzilhadas que não levariam a caminho algum. Mas desde que entrou naquela delegacia mais uma vez,quando olhou para aqueles olhos intensos parecendo duas jabuticabas que carregavam um brilho semelhante ao da lua e das estrelas,a partir do momento em que teve o primeiro contato com Jeon Jungkook tudo pareceu se desestabilizar. Park Jimin não gostava de crianças,pois ambas faziam uma enorme bagunça na casa,tornavam o ambiente semelhante a um terreno afetado por um furacão; e após conhecer Jungkook,ele entendeu que em sentido figurativo, Jeon era a sua criança,aquele pestinha que ouvia as represálias e aprontava dobrado somente por provocação. E ele gostava!

     Era confuso para si,algo novo e irreversível. Odiava como aquele homem lhe desestabilizava,mas amava as sensações rotineiras que ele era capaz de lhe proporcionar. Odiava a forma como ele sorria provocativo,mas amava tudo o que estava por trás do olhar afiado e presunçoso. Odiava como ele se mostrava evasivo e malicioso,mas quando se tratava dos mínimos abraços que recebia, se encantava feito um menino carente de atenção. Com Jeon Jungkook,Park sentia-se aquela pessoa negligenciada que procurava por carinho em outros lugares, se enxergando como um alguém instável em sentido emocional,e por tudo o que mais amava em sua vida,odiava tais reações,pois sentia medo de como tudo terminaria.

     Não compreendia como havia chegado naquela fase do jogo, em como se deixou manipular por um alguém que esteve em sua lista de suspeitos durante toda a investigação. Era leigo nesses assuntos,um ser ignorante que jamais aceitaria a realidade que habitava em cada mínimo centímetro de seu corpo, em hipótese alguma admitiria sentir-se abalado pela presença marcante de Jeon Jungkook. Mas bastou perceber que estavam chegando ao fim,ter a certeza de que, após aqueles arquivos estarem em mais uma das gavetas do quartel investigativo, Jungkook regressaria para sua casa. Jimim disfarçou, mas se corroeu por dentro ao ouvir a afirmativa do parceiro de trabalho.

      Park havia se negado a sair com Jungkook para beber em algum bar daquela cidade, não quis sentar-se em uma cadeira diante de um balcão e encher a cara enquanto existiam um turbilhão de pensamentos e sensações em seu corpo, dominando cada centímetro de seu físico e sufocando sua racionalidade. Sentia como se estivesse tentando encaixar uma peça de um quebra cabeça que não correspondia a imagem sugerida. Era uma incógnita interminável  e frustrante,um mar de questionamentos que jamais teria respostas plausíveis. Então,entre mergulhar em um mar de dúvidas e frustrações,e entrar em uma piscina de incertezas mais que teriam soluções e lhe proporcionaria a vida controlada de semanas atrás, obviamente Jimin optaria sempre pela segunda opção.

Caso 369 [∆ CONCLUÍDO∆]Onde histórias criam vida. Descubra agora