FLOWERS

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Dezembro, 2022

Lizzie vai me matar!

Tenho certeza disso, ainda mais depois de  perceber que várias pessoas conseguiram tirar fotos minhas, carregando esse arranjo de flores, pelas ruas de Nova York.

Tento agir de forma mais natural e educada possível, mas infelizmente,  sei que enfrentarei uma fera ao chegar em casa e isso me deixa completamente  apavorado.

Suspiro.

"-Amor.- ouço Lizzie sonolenta em meus braços. -Sei que está acordado, Sebastian.

- Estou dormindo, dragoste. - soltei um riso baixo.- Feito uma pedra.

Senti um beliscão em minha barriga e acendi o abajur em nossa mesinha de cabeceira e encontrei Lizzie, sentada na cama, me encarando, emburrada.

-Por Deus mulher.- meu tom de voz era zombeteiro. - São cinco horas da manhã,  volte a dormir.

-Não dá!- ela revirou os olhos, enquanto acariciava a barriga.- As mulheres da sua vida, estão com desejo de sorvete de cupuaçu,  com calda de pistache e cachorro quente com doritos.

- Tenho certeza que Agnes não tem um paladar tão exótico como esse.- depositei um beijo rápido em sua barriga de quase cinco meses. - Oi princesa!- encarei Lizzie, apertando a ponta do seu nariz.- Ela está dormindo e devíamos estar fazendo o mesmo.

- Acho que eu mesma terei de sair por aí, nesse frio, atras do meu próprio café da manhã.- ela revirou os olhos.- Antigamente os maridos mimavam as suas esposas.

- Então quer dizer que eu não te mimo o suficiente, Senhora Stan?- a deitei delicadamente em nossa cama, sem colocar todo o meu peso sobre ela.

- Não! - ela sorria de maneira divertida.

- E os orgasmos que te dei na noite passada? - mordi delicadamente seu lábio inferior.- Alguns na banheira e outros nessa cama.

- Deram para o gasto.- ela deu de ombros. - Quero meu sorvete e meu cachorro quente."

E cá estou eu, segurando duas sacolas, contendo o bendito sorvete de cupuaçu e doritos em uma e dois cachorros quentes na outra. Minha outra mão, a esquerda, tenta equilibrar um enorme arranjo de flores até em casa.

                           *****

- Querida, cheguei!- grito ao entrar em casa e encontro Lizzie enrolada em um cobertor deitada no sofá.

- Vai me matar se eu te disser que a minha vontade de comer essas coisas, já passou?- ela sorriu timidamente,  sentando-se no sofá, enquanto estendia os braços para mim.- Agora só quero ficar agarradinha com você, vem cá amor.

Coloquei as flores e as sacolas na mesinha de centro e encarei os olhos de Lizzie.

- Trouxe as flores porque não encontrei a tal calda de pistache, usaria elas para te acalmar. - apertei as suas bochechas.

- Não preciso de nada disso, Seb. - ela depositou um beijo rápido em meus lábios. - Já tenho tudo que preciso bem aqui.

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