Disfarça

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David Luiz

Eu não sabia mais o que fazer quando Amanda estava por perto, e quando ela esteve longe eu não conseguia fazer nada, ou ter motivação de algo, sentia falta dela. Acho que no fundo, no fundo, o que eu sentia por ela sempre viveu aqui e agora reapareceu com esse reencontro.

Era dia de ela retornar para casa, e eu estava animado e ansioso para poder vê-la novamente. Acordei cedo, assim como todo mundo. Ela chegaria às onze horas. Todos nos reunimos para ir à Capital receber ela, fui em meu carro e o restante foi no carro de Oscar. Estava tranquilo no caminho, até que recebi a ligação de meu amigo, como estava conectado meu telefone no carro eu já atendi logo.

— Estou andando muito devagar? — perguntei assim que atendi, e Oscar riu.

— David, aconteceu um imprevisto. — Oscar disse e notei nervosismo em sua voz.

— O que foi? Sua voz está trêmula.

— Meu filho vai nascer, Ludi está sentindo dores. — ele disse desesperado. — Nós vamos precisar ir para a maternidade.

— Céus... tudo bem. Deixa que eu pego a Amando no aeroporto. Podem seguir para a maternidade.

— Tem certeza? Não queremos incomodar você. Podes ter coisas mais importantes a fazer...

— Oscar, pelo amor de Deus... eu estou de férias e tenho tempo livre o suficiente. — dei uma risadinha e respirei fundo. — Fiquem tranquilos, e vão para a maternidade. Eu pego a Amanda para vocês.

— É só pegar no aeroporto, está bem, David? Olha lá o que vai fazer com ela... — ele disse e dei uma gargalhada.

— Relaxa, ela estará em segurança.

— Eu espero, David. Eu espero! — ele disse com um ar rígido, e logo rimos depois. — Até depois, mané.

— Até!

A ligação foi desligada, e em poucos segundos Oscar me ultrapassou na pista. Seguimos para caminhos diferentes, e enquanto chegava no aeroporto reservei um almoço em um restaurante que lembrava ser o seu favorito.

Quando eu a vi saindo do portão de desembarque meu coração acelerou, minhas mãos suaram e as pernas bambearam. Como eu senti falta da voz, da risada e do jeitinho dela de me tirar de tempo. Na hora inventei um papo de "dublê de casal" só para que eu pudesse me sentir como se fóssemos um casal. Por um momento me senti um adolescente, mas eu sentia aquilo tão bom.

Almoçamos, andamos no shopping, e então Oscar ligou avisando que o bebê havia nascido e metemos o pé para a maternidade. Chegando lá Oscar nos levou até o quarto, mas minutos depois deixamos Amanda e Ludi sozinhas.
Oscar me levou para um cantinho no corredor e me olhou sério.

— O que está rolando entre vocês dois? — ele perguntou sério.

— Nada, de verdade! — falei e dei uma risada nervosa.

— David, você sabe o quanto é péssimo em disfarçar as coisas, não é mesmo? Você fica logo nervoso e sua voz afina.

— Você e Amanda me conhecem tão bem... — bufei. — Mas nós não temos nada, e isto é fato. Eu só acho que meus sentimentos por Amanda nunca mudaram e eles estão começando a ficar aparentes novamente.

eterno • david luiz (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora