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Amanda Emboaba

— Droga! — falei jogando o telefone na mesa do consultório.

— O que foi? — David perguntou preocupado, estava aqui tratando de uma "lesão".

— O show do Coldplay é em março e eu não vou conseguir ir pra São Paulo. A merda da Eventim não está mais devolvendo o valor do ingresso, e nem tranferindo para outra cidade. — falei visivelmente chateada.

— Poxa, eu sinto muito. — ele fez um biquinho. — Não tem como você pegar o atestado e ir pra SP?

— E não postar nada do show? — dei uma risada irônica. — Impossível.

— É, no show do Harry Styles você encheu o story do Instagram. — rimos juntos. — Então eu posso imaginar.

— E um dos shows aqui no Rio será no dia do meu aniversário. — fiz manha e David riu. — Fazer o quê, né? Tenho coisas melhor a se preocupar, e um certo jogador a liberar para a estreia do Carioca amanhã.

— Sabe o que recebi? — ele disse animado olhando o celular.

— Se não for o ingresso do Coldplay eu prefiro nem saber. — falei rindo. — Mas o que é?

— Um churrasco, na casa de um velho amigo nosso. — ele deu um pequeno sorrisinho guardando o telefone no bolso.

— E eu posso saber quem é?

— Só vai saber se aceitar ir comigo. — ele disse fazendo gracinha.

— Eu vou pensar no seu caso. — cruzei os braços e Luiz riu.

— Você sempre diz isso... mas sempre aceita. — ele disse se achando e revirei os olhos.

— Eu nem vou falar nada. — falei puxando o papel para começar a fazer o relatório dele.

David apenas riu e comecei a fazer seu relatório liberando-o para a estreia do Cariocão. Era meu primeiro jogo oficial acompanhando o time e estava tão animada! Estaria no banco dos reservas juntos com a comissão técnica e estava nervosa demais, mas empolgada por ver tudo do banco.

Eu e David continuávamos na mesma, estávamos ficando, mas eu já não conseguia ficar tanto tempo longe dele, ele também, tanto que sempre arrumava uma desculpa para estar aqui no consultório ou ir em meu flat. Mas sempre que eu sentia que ele estava querendo se envolver mais profundamente eu fugia. E esse meu bloqueio estava me matando!

— Pronto! Só levar para a comissão técnica avaliar. — entreguei-lhe o papel.

— Obrigado, doutora Amanda. — ele disse todo galanteador e ri sentindo minhas bochechas corarem. — Jantar na minha casa depois do jogo?

— Sim... — rimos juntos. — Sabe lá Deus quais são as suas intenções.

— As melhores possíveis. — ele disse se aproximando com uma voz extremamente sexy. — Não tem como ser outra.

Ele abaixou um pouco a cabeça e encostou seus lábios nos meus. Demos um beijinho calmo e rápido como costumava ser quando estávamos aqui. Ele logo saiu do consultório e então me concentrei em terminar o máximo de coisas possíveis.

eterno • david luiz (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora