Vem pegar

914 96 33
                                    

Amanda Emboaba

Assim que acordei sentei-me rapidamente na cama sem entender muito o que estava acontecendo, e nem sabia que horas eram. A luz do sol não invadia o quarto por conta das cortinas, e meu celular também não estava por perto.

Tentei lembrar da noite anterior e lembrei do meu beijo com David na queima de fogos, eu dançando na pista, depois aceitando vir para a casa de David, e depois querendo fazer "coisinha erradas" com ele. Meu Deus, Amanda... você é louca?

Levantei-me, e imediatamente sai do quarto. Caminhei pelo corredor e desci as escadas, passei pela sala e logo cheguei na cozinha, David estava ali preparando alguma coisa: detalhe para ele sem camisa, usando uma bermuda preta e os cachinhos estavam soltos. Soltei um pigarro e David virou-se rapidamente para onde eu estava.

— Bom dia, ou boa tarde, Amanda. — ele disse divertido e sorriu. — Dormiu bem?

— Bom diarde. — falei e rimos juntos. — Dormi tanto que nem senti o dia passar. Que horas são?

— Duas da tarde. — ele disse mexendo algo na panela e riu.

— Pelo amor de Deus, David... e você está fazendo café uma hora dessas? — perguntei olhando a mesa que estava posta, e depois voltei a olhá-lo.

— Na verdade, eu tô fazendo ovos mexidos aí você decide: se quiser tomar café coloca ovo no pão e come, se quiser almoçar mistura ovo com arroz ou a gente espera mais um pouquinho pro delivery chegar. — ele disse empolgado despejando os ovos mexidos em um prato. — Só que como hoje é primeiro de janeiro, muitos estabelecimentos estão fechados por conta da ressaca. Acredita em mim, eu tentei comprar algo melhor pra gente comer. Vou fazer mercado só essa semana.

— Você é o melhor, olha... — falei rindo. — Tenho certeza que está ótimo!

— Então senta comigo aqui na mesa e faça sua escolha. — ele disse e rimos juntos.

Sentei de frente para David enquanto ele se servia. Decidi que iria almoçar mesmo, impossível tomar café duas horas da tarde no calor enorme que estava fazendo no "errejota". Terminei de me servir e David colocou uma coca geladinha em meu copo e fiz um "joinha" em agradecimento.

— Poxa, David me desculpa por ter dormido tanto. Poderia ter acordado mais cedo para te ajudar a preparar alguma coisa. — respirei fundo e o encarei.

— Não gostou do meu ovo? — ele perguntou e interpretei duplo sentido e me engasguei com arroz, David riu e deu leves batidinhas em minha costa até eu estar bem novamente. — Eu estou falando do frito, mente poluída.

— Eu sei, desculpa... — falei me recuperando do engasgo e dei uma risadinha. — E estão ótimos. Minha mãe sempre disse que na casa dos outros não podemos passar da hora.

— Esqueça isso, até parece que somos estranhos. — ele riu. — Nós chegamos tarde, e tá tudo bem passarmos do horário um pouquinho. A noite foi boa, não é?

— Foi sim. — ri. — Foi tão boa que eu quase ia passando dos limites com você, me perdoa! — ri envergonhada.

— Não vou negar que eu queria. Mas estávamos tomados pelo álcool e não queria que um momento especial pudesse se tornar um arrependimento na manhã seguinte... — ele disse e respirei fundo. — Eu não estou chateado, se estivéssemos sóbrios com certeza rolaria.

eterno • david luiz (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora