Sob cuidados

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Amanda Emboaba

Acordei na manhã seguinte sentindo bastante dor nos joelhos, principalmente quando levantei da cama. Mal conseguia andar, então andava igual uma velhinha me arrastando e com os joelhos curvados.

Fui para o banheiro, e toda desajeitada tomei um banho. Usei uma toalha que havia ali e depois saí dali. Tomei um susto ao encontrar David Luiz sentado na cama fingindo estar emburrado.

— Bom dia para você também. — falei rindo. — O que foi?

— Achei que iria precisar de ajuda para tomar banho. — ele disse com os braços cruzados na maior cara de pau.

— Pelo amor de Deus, David Luiz. — dei uma risada. — Desde quando eu preciso de ajuda para tomar banho?

— Você está machucada. — ele me olhou fazendo uma carinha fofa de tédio.

— São apenas joelhos ralados. — falei rindo pegando minha mochila que estava ao lado da cama.

— Você está andando igual a uma senhora de idade. — ele disse segurando a risada.

— Eu já sou quase uma. — falei rindo procurando a última roupa limpa que eu tinha ali. — Eu agradeço a preocupação, David Luiz. Mas eu sei me cuidar. — sorri. — Só preciso voltar para casa... é minha última roupa limpa. — mostrei a peça.

— Vai conseguir se vestir sozinha? — ele perguntou e olhei-o desconfiada.

— O que você quer, David? — ri tímida.

— Nada. — ele balançou os ombros. — Vou deixar você sozinha para se arrumar. Enquanto isso pego seu café e trago aqui, está bem? Depois eu te levo para casa.

— Ótimo. — sorri. — Muito obrigada. Mas se quiser eu posso descer para tomar café com todos.

— Não, relaxa. — ele sorriu.

David saiu do quarto e fiquei livre para trocar de roupa. Tirei a toalha, coloquei a lingerie e depois uma saia jeans branca e um cropped amarelo-pastel. Soltei os cabelos, e depois me ajeitei na cama. Poucos minutos depois escutei duas batidinhas na porta.

— Entra. — falei e logo David apareceu segurando uma bandeja com meu café. — Uau, você caprichou. Está de parabéns.

— Como sabe que foi eu que montei? — ele disse colocando a bandeja na cama, e sentando ai meu lado.

— O café com leite está do jeitinho que eu gosto, e tem tortinha de limão aqui também. — falei analisando a bandeja e ele riu.

— Lembrei de quando eu montava o seu café, e levava na cama em Paris. — ele disse rindo. — Tá vendo? Não esqueci de nada.

— Realmente, impressionante a sua capacidade de não esquecer das coisas facilmente. — falei e dei um golinho no café. — Delícia!

— Mas me diz aí, Mands: o joelho ralado dói menos que um coração partido mesmo? — ele disse me fazendo rir.

— Essa foi boa. — falei me recuperando da risada. — Sim, de fato. Dói bem menos mesmo. — respirei fundo. — O coração partido você chora por dias e dias pensando naquela pessoa, sendo torturada por pensamentos bons e lembranças vividas. Já o joelho ralado não! Você fica no máximo dois dias com dor na região, e depois vive a vida normalmente. Ás vezes a marca da pessoa que partiu teu coração está sempre contigo, até se acostumar com a ausência dela leva tempo...

eterno • david luiz (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora