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03/12/2022
Pedri
|O que você vai fazer agora?|
|Estou indo para a academia do hotel|
|Aceita companhia?|
|Vou pensar no seu caso|
|Pensa rápido|
|Te espero lá|
É muito estranho estar namorando. Andar de mãos dadas, beijinhos para cá, beijinhos para lá, receber mensagens.
Ao mesmo tempo que acho estranho, eu acho bom. Queria algo assim para minha vida, quem sabe em um futuro distante.
O Pedri é um cara gentil, que trata bem a família, trabalhador e engraçado e isso não é necessariamente qualidades, não no nosso caso.
Se nosso lance fosse para valer, ele seria o príncipe que a Disney não tem, mas nosso relacionamento só existe para as outras pessoas e eu preciso aprender, urgentemente, a como não me apaixonar por um ser completamente apaixonante.
Eu sou tão confusa. Que droga.
Visto minha calça legging e o top combinando, coloco meu tênis e vou até a academia no último andar.
Coloco meu fone de ouvido e fico encostada na varanda que tem ali, olhando uma fonte gigante que tem na parte de trás do hotel.
Dou um pulo quando sinto duas mãos apertarem a minha cintura.
—Desculpa, não foi minha intenção te assustar. —Pedri fala tirando um lado do meu fone.
—Não foi sua intenção? —Semicerro os olhos.
—Talvez tenha sido. —Ele fala segurando a risada. —Bom dia, darling. —Ele gruda nossos lábios em um selinho. —Qual é seu treino hoje?
—Pernas. —Respondo virando meu corpo para ficar de frente para ele, suas mãos ainda na minha cintura.
—Você é muito focada, vir treinar em plena viagem. —Ele fala enquanto andamos para dentro da academia.
—Foi a única maneira de eu vir para essa viagem. —Falo pegando o tapete de ioga para me alongar.
—Como assim?
—Minha mãe é super rígida em relação a minha dieta e meus treinos.
—E se você não seguir?
—Eu ganho alguns roxos a mais.
—Eu odeio sua mãe. —Pedri fala com o maxilar trincado.
—Eu também. Mas não quero estragar nosso momento 'casal fitness' falando sobre meus problemas.
—Se falarmos apenas das coisas boas, nunca seremos um casal.
—Nós não somos um casal.
—Teoricamente. —Da de ombros. —Mas somos amigos e amigos contam as coisas um para o outro. Fora que iremos morar juntos...
—Sobre isso, você mora sozinho certo?
—Sim, mas as vezes meu irmão fica lá em casa. Isso vai ser um problema?
—Não, só seria estranho eu ir morar na casa dos seus pais. Eu não aceitaria isso.
—Nem eu. —Ele fala e por um instante a academia fica em um completo silêncio enquanto nos alongamos.
—Vamos escutar música?
—Esqueci meu fone.
—O meu é sem fio, da para nós dois dividirmos.
—Ok, vou conhecer o gosto musical de uma bailarina?
—O meu gosto é meio duvidoso. —Falo encarando ele nos olhos, quando termino de alongar.
—Percebe-se. —Ele levanta uma sobrancelha e sorri de lado.
—Não faz isso.
—O que?
—Não me olha como se quisesse me beijar. —Falo ao perceber que ele está olhando para a minha boca.
—Mas eu quero te beijar.
—Sim, mas esse tanto de beijo não faz bem para ninguém.
—Por quê?
—Porque quanto mais eu te beijo mais a minha razão diz que isso vai acabar com alguém machucado.
—Não se depender de mim.
—Como você pode ter tanta certeza? —Falo me levantando.
—Eu não quero te assustar, mas independente de ser falso eu continuo fazendo o mínimo, tendo responsabilidade afetiva com você. —Ele suspira e se aproxima de mim. —Olha, se isso está te preocupando vamos resolver de forma simples e rápida. —Olho para ele sem entender.
—Do que você está falando? Você não pode acabar com o nosso trato assim, eu vi como suas fãs são malucas. Inclusive, eu pesquisei e vi que elas te assediam de uma forma desumana ao ponto de sites de fofoca notarem que nosso namoro ajudou a amenizar isso. —Disparo a falar.
—Eu não quero acabar com isso. Eu só quero tornar real.
—Você não vai fazer o que eu estou pensando?
—Eu vou, eu quero acabar com o nosso trato. Eu não quero mais uma namorada de mentira para os tablóides, eu quero uma de verdade, uma que esteja comigo todos os dias, que eu possa falar sobre casamento e filhos, que eu possa levar para passear sem achar que estou usando-a. Quero beija-la quando e onde e como eu quiser. E eu quero que essa seja você. E daí que nos conhecemos a pouco tempo? Eu poderia simplesmente te enrolar e te usar por alguns meses, igual alguns caras babacas gostam de fazer. Mas eu sei o que eu quero e como eu quero. Eu quero você como minha namorada. —Pedri para e respira fundo, eu faço o mesmo que ele. Meu coração bate tão rápido no meu peito que a sensação que eu tenho é que vai sair pela minha boca.
—Pedri.
—Você quer namorar comigo, Vitória? —Ele se aproxima de mim, colocando as duas mãos na minha cintura.
—Pedri.
—Sim, esse é meu nome. —Balanço mina cabeça em negação. Ele se afasta de mim e morde o lábio inferior. —Hum, ok, eu acho. —Ele faz menção de ir embora e meu cérebro volta a funcionar.
—Ei, aonde você vai?
—Chorar pelo toco que eu levei.
—Mas eu quero namorar com você.
—Isso é sério? —Ele fala virando o corpo para me olhar.
—É claro que sim. Eu quero as mesmas coisas que você, e Pedri, você é o cara mais incrível e sincero que eu já conheci.
Ele vem até mim e gruda nossos corpos.
—Sabe, darling fico feliz de namorar com você.
—Eu também vida. —Falo grudando nossos lábios em um beijo lento. —Vamos deixar o treino para outra hora. —Falo pegando minha garrafa e puxando ele em direção ao elevador.
