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09/12/2022

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09/12/2022

A

cordo assustada com a minha mãe entrando no quarto.

—Você está atrasada.

—Eu não tenho compromisso hoje. —Respondo sentando na cama.

—Você precisa perder os quilos que você ganhou nessa viagem. Eu sabia que não era uma boa escolha, eu sabia. —Ela fala abrindo as cortinas.

—Mãe, se eu tiver engordado 500g é muito.

—Pois trate de perder essas 500g hoje!

—Não, isso é loucura.

—Vitória, seu pai e seu irmão não estão aqui e você está na minha casa.

—Essa casa é do meu pai, você que não deveria estar aqui.

—Quer começar a jogar na cara? Então, vamos lá. —Ela respira fundo e aponta para mim. —Você é uma vagabunda por namorar aquele jogadorzinho de futebol barato. Tanto homem mais bonito, mais rico e com uma profissão mais honrada e você está namorando ele?! Sabe esse papel que você conseguiu, não era para ser seu, sabia?! Eu fiz a cabeça das professoras, por isso você precisa mais é me agradecer! Você nunca é a primeira opção para nada. —Minha mãe fica vermelha. —Você será trocado em um piscar de olhos pelo seu pai, seu irmão, seu namorado, suas amigas.

—Mãe! —Falo alto e ela fica em silêncio. —Eu não sou você. Eu não sou você. Não sou. —Repito querendo que essas palavras entrem em meu coração e mente. —Eu não sou você, eu posso ser o que eu quiser. Eu não danço balé por você, por atenção. Eu dando porque eu gosto. Meus amigos, familiares e namorado não irão me trocar, porque eu não sou substituível, eu não sou podre por dentro. Se esse papel não é meu vou devolve-lo a quem merece. Isso não me magoa. —Respiro fundo. —O que me magoa é você. Agora, com licença.

Levanto da cama e caminho rumo a garagem. Passo pela cozinha e pego a chave do carro dirigindo até meu porto seguro, o lugar que me acalma.

—Preciso de você. —Falo assim que o Pedri abre a porta do apartamento.

—Entra, darling. —Ao invés de entrar, abraço-o ali na porta, de pijama e pantufa. —Está tudo bem?

—Eu não sou ela. Eu não sou igual ela. —Falo com o rosto enfiado em seu peito desnudo. —Eu não me importo se engordei, eu não me importo de dormir até mais tarde, de não me maquiar todos os dias. Eu não me importo de não ser a preferida ou a escolhida. Eu só quero viver, sabe? Passar tempo com meu pai, com você, com meu irmão, com meus amigos os antigos e os novos. É só isso que me importa, então sim eu estou bem.

—E eu te amo exatamente por isso. Por ser você mesma. Você não é sua mãe, porque ela não chega aos pés da garota de ouro que você é. —Ali em seus braços envolta de mim, como uma cerca feita para me proteger sinto meu coração bater acelerado e minhas mãos suarem contra sua costa desnuda. Ele é meu e eu sou dele. Completamente e irrevogavelmente.

—Também te amo. —Falo colando nossos lábios.  —Preciso da sua ajuda. —Admito entrando na casa dele. —Que lindo. —Admiro o apartamento dele, que é muito bem decorado.

—Quando você vier morar comigo, podemos redecorar.

—Não se incomode com isso. Sua casa é perfeita.

—Falta você. —Pedri faz um biquinho.

—Desse jeito é impossível te dizer não.

—Muda logo. Por favor. —Seguro seu rosto em minhas mãos e olho em seus olhos.

—Mudo, com uma condição.

—Qual?

—Me ajude a desfazer mal entendidos e a arrumar minhas coisas.

—Sim senhora. —Ele gruda nossos lábios. —Por onde começamos? —Pedri pergunta indo até o quarto e eu o sigo.

—Minha escola de ballet. —Falo vendo-o se vestir.

—Você precisa trocar de roupa.

—Eu vim correndo. Então vamos passar na casa do meu pai antes. Assim que troco de roupa e já deixo o carro dele lá.

—Você furtou o carro do meu sogro? —Pedri pergunta com um sorrisinho de lado.

—Peguei emprestado sem pedir. —Deito na cama.

—Vou te dedurar. Sabe, para conseguir máximo de respeito.

—O que adianta conquistar o sogro e ficar sem a namorada? —Apoio meus braços na cama para vê-lo.

—Realmente, não vale de nada. Te amo. —Ele me da um selinho e me puxa para sairmos.

—Sua cama é muito gostosa.

—Vai ficar mais com você. Embaixo ou encima de mim. —Ele fala me abraçando por trás.

—E de lado? —Sorrio para ele.

—Do jeito que você quiser amor. Estando com você. —E é assim que ele me faz sentir como se eu fosse uma bolha de sabão flutuando em dias com vento. Com ele me sinto leve e isso é como um tesouro para mim.

Com um selinho de boa sorte, me preparo para arrumar a bagunça da minha mãe.

ME LIBERTA | PEDRI GONZÁLEZOnde histórias criam vida. Descubra agora