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Sem Controle

Volteei! Espero que gostem do capítulo.
Mais uma vez, obrigada pelos favs e comentários ♡
Próxima atualização será na quinta por conta do Natal, até la xoxo

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Capítulo 5. Sem controle

"Keep my head down and in my hands
My eyes move slowly side to side
I'm fading in and out of consciousness
I never learned to pull myself
Out of my own damn head
Shoulders caved in to protect
All of my insides from falling out"

Donna estava encolhida no quarto dela, pensando no que tinha errado. Em menos de uma semana na casa dela, você estragou tudo. 
Como ela pode ter sido tão estúpida por aceitar isso? É o que Donna pensa, enquanto esfregava freneticamente uma mão na outra. Ela desapontou Miranda. Ela errou em tudo. Tão, tão estúpida! Deveria ter sido mais firme na decisão anterior, você com certeza teria ficado melhor com Alcina e as meninas. Elas tinham coisas em comum com você e te auxiliariam melhor, sem entrar em pânico e estragar tudo. E agora aqui estava você, com um monstro que quase arruinou sua mente e o resto da sua vida, assim como ela fazia com todos. Você só seria mais uma que ela iria quebrar, até não ter mais volta. Você nunca teria escolhido ficar com ela se tivesse alguma opção.

"Donna?" Miranda chama a filha, batendo na porta com cuidado. "Posso entrar?"

Donna respira fundo e encara Angie que estava ao seu lado esse tempo todo. A boneca ergue o polegar e acena para a porta. 

"Sim, mãe." Donna responde com um sussurro baixo. Ela estava abatida e se sentindo culpada, a última coisa que ela queria era ver outra pessoa. 
Miranda entra no quarto da filha e fecha a porta atrás dela, não querendo que você seja capaz de ouvir a conversa com clareza. Por conta do seu descontrole, ela pode adivinhar que seus sensos estavam confusos e você estava querendo outra coisa ao invés de se preocupar com os sons ao redor. Por sorte, ela ligou um dos rádios de Donna no último volume, tocando uma melodia suave de piano e violino por toda casa.

"Sinto muito por ter falado daquele jeito." Miranda se desculpa, enquanto caminha até a filha. Ela passa a mão pelo véu de Donna e puxa a cabeça para seu peito, sentindo Donna ficar rígida, antes de relaxar no abraço desajeitado. "Eu fiquei nervosa por não saber como Kieran estava. Eu vi a situação dela, não deve ter sido fácil de lidar."

"Não foi. Ela… ela não parecia bem." Donna responde baixinho. "E estava se aproximando demais, eu acho que ela iria me morder e erguer o véu e-"

"Está tudo bem, Donna." Miranda a tranquilizou mais uma vez. Era notável o desespero na voz de Donna e seu arrependimento escorria pelo seu tom. 
"Kieran não sabe lidar com tudo isso, está assustada e descontrolada. A fome e sede de sangue causaram tudo isso, ela não queria te assustar ou te fazer algum mal, te garanto isso. É tudo muito novo e foi um erro meu não pensar nas coisas que viriam por ela ser diferente. Ela não é como Alcina e as garotas."

"Como ela está? As alucinações foram muito fortes?" Donna pergunta com receio, se afastando do abraço de Miranda para encarar a mãe. 

A verdade é que até Donna havia se assustado como tudo aconteceu muito rápido. Um minuto, você estava no pescoço dela e em outro no chão, choramingando enquanto era perturbada pelo que mais te assustava. Donna se assustou com sua voz e seu desespero, enquanto se encolhia na cozinha e pedia para tudo aquilo acabar. Mas não conseguia. Donna também tinha medo que você voltasse para mordê-la e decidisse erguer o véu e reparar a marca em seu rosto. 
A marca horrível, que ela esconderia o quanto pudesse. Era o que Donna dizia para si mesma. Tentava não pensar em si mesma como um monstro, mas cada vez mais, era provado para ela que não tinha como fugir. A cicatriz enorme do cadou acabou com o resto que tinha sobrado dela, evidenciando ainda mais como ela não merecia ter nada para si. Que ela merecia perder tudo. Era o preço que ela continuava pagando cada vez mais. Tudo era culpa dela. Absolutamente tudo. Era sua culpa perder a família, perder Claudia, matar sem querer sua melhor amiga que trabalhou para ela anos atrás, era sua culpa ser um monstro e não uma boa receptora para o cadou.
Era isso o que ela dizia para si mesma, enquanto os pensamentos perturbadores não a deixavam dormir pela noite. Ela conseguia ver sua família morrendo, Claudia perecendo e sua melhor amiga delirando no chão e perdendo a cabeça quando sem querer, Donna acabou usando seus poderes na amiga, ao invés de apenas no invasor que entrou na casa Beneviento naquele dia. Ela conseguia ver Gabriela se jogando na ponte depois disso. Era perturbada até mesmo pelo seu rosto antigo, que insistia em aparecer às vezes em seus cochilos para lembrar o que ela perdeu. Em uma manhã ao acordar com ajuda de Angie, que segurou seu rosto e a embalou em um abraço, Donna quebrou todos os espelhos da casa e destruiu os quadros com seu rosto.