Prove.

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Oi, oi, oi. Como vocês estão?
Mais um capítulo, sobrando menos de 10 para o final da história :c não aprendi a dizer adeus, mas já comecei o primeiro capítulo da próxima 🫢
Espero que gostem!! Boa leitura.
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Assim que você e Angie entram em casa, é possível ver Carlos dormindo tranquilamente em um dos sofás e sentir um cheiro doce suave no ar, mas muito fraco. Angie caminha até Carlos e senta ao lado dele, ligando a televisão em algum desenho aleatório. Percebendo a luz na cozinha, você vai até lá e encontra Donna servindo vinho em duas taças, parecendo muito abatida. Você sabe que toda a questão do luto é complicada, por mais que você aceite que já aconteceu e não tem como reverter, de certa forma, a saudade e a dor nunca vão embora. Cada um tem sua forma de lidar, Donna tem a dor e a culpa, Miranda não aceita e gostaria de reverter as coisas como um deus, mas o sofrimento é o mesmo.

"Oi…" Você sussurra, caminhando até Donna e a abraçando por trás. Você beija o pescoço descoberto dela carinhosamente e ela suspira. "Quer conversar?"

"Não, eu só… eu gostaria de ficar um pouco sozinha, tudo bem? Eu não estou te rejeitando ou–"

"Está tudo bem, querida. Não precisa se explicar, eu entendo." Você interrompe e sai de trás dela, pegando a taça de vinho mais escura, que você adivinha ter sangue nela. "Vou ficar com Carlos e olhar o quintal. Se precisar de mim, me chame."

Você bebe o vinho de sangue de uma só vez e deixa a taça na mesa, voltando para a sala de estar, dessa vez encontrando Carlos semi acordado, bocejando e coçando os olhos, enquanto Angie passa a mão nas costas dele carinhosamente.

"Hey, garoto. Está tudo bem?" Você pergunta preocupada, se abaixando na frente do sofá para ficar de frente ao Carlos.

"Sim. Estou cansado." Ele responde, piscando os olhos com dificuldade."Eu não vou ver mais meu pai, né?"

"Não, querido. Seu pai foi descansar agora." Você responde e segura as mãos dele. Para a sua surpresa, ele não parece triste com isso ou prestes a chorar.

"Ele me disse que sempre vai ficar de olho em mim, junto com minha mãe. E que eles farão uma festa bem grande no céu em todos meus aniversários." Ele responde com um sorriso e se joga nos seus braços. Você o pega no colo e caminha com ele em seus braços até o quintal com Angie seguindo vocês dois.

Tinha um arco-íris no céu quando vocês saíram de casa e Carlos ofegou assim que percebeu.

"Ele realmente ganhou uma grande festa!" Ele diz surpreso e parecendo feliz e você sorri tristemente, beijando o cabelo dele.

"Claro que sim." Você responde e olha para o céu com ele.

"Vou ficar bem com vocês." Carlos garante, como se quisesse fazer que você também acreditasse nisso. "E vou ganhar um bolo de aniversário ano que vem. Papai me disse isso."

Você ri com a frase dele, sabendo que escorreu uma pequena mentira ali, mas ele era apenas uma criança que perdeu muita coisa, ele podia pensar que iria ganhar algo. Você beija a bochecha de Carlos antes de colocá-lo no chão.

"Que calor insuportável." Angie reclama, se jogando na grama e Carlos faz o mesmo, os dois olhando para as nuvens.

"É." Carlos concorda, sem ao menos entender muito.

Você deixa os dois conversando e vai cuidar de algumas plantas perto da janela, que com todo caos, estavam quase morrendo. Você rega, poda algumas folhas e tira algumas ervas daninhas que estavam começando a crescer e prestes a se espalhar por tudo.

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