Eu posso ir aonde eu quiser, menos para casa.

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Adiantando a atualização de sábado, pois não vou conseguir postar no fim de semana e não quero deixar vocês preocupados. (Na semana que vem, voltaremos a rotina. Todo sábado, um capítulo.)
E venho agradecer pelos comentários e favoritos, vocês fazem meu dia com eles. Eu não esperava o carinho, confesso que achei que o fandom brasileiro de Village só tinha duas pessoas :')
Essa história também está sendo publicada no ao3 por mim e já está no capítulo 14, com 16 capítulos prontos. Eu não vou abandonar, confiem em mim. Quem quiser ler em inglês, também encontram pelo meu user ou o título Reconciliation of light and darkness.

Desculpa o textão, e novamente, obrigada. ❤

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"…E eu posso ir aonde eu quiser
A qualquer lugar que eu quiser, menos para casa
Você pode ir atrás de mim, buscar por vingança
Mas você ainda assim sentiria minha falta profundamente
E eu ainda falo com você (quando estou gritando para o céu)
E quando você não consegue dormir à noite (você ouve minhas canções de ninar roubadas)..."

"Oh, Mielul meu…" Você ouve a voz suave que costumava te encantar por dias e olha para trás rapidamente. Tudo estava muito escuro e tudo que conseguia ouvir era o som dos pássaros e o uivar dos lobos. "Que pena você ter fugido de mim."

Sophie aparece em sua frente, com o sorriso branco brilhante e as presas que começaram a te perturbar por tudo que trouxeram em sua vida. Ela toca seu rosto com delicadeza, coçando o polegar em suas bochechas, enquanto se aproxima devagar do seu rosto. Você faz uma careta e bate na mão dela, afastando o toque. Ela parece chocada por segundos, soltando suas bochechas e dando um passo para trás, antes de rir com escárnio.

"Ah, vejo que criou coragem." Sophie murmura sorrindo, fazendo questão de mostrar as presas. Você dá um passo para trás. "Um cordeirinho tão selvagem agora, não é mesmo?"

Ela começa a rodear seu corpo e você cruza os braços sob os seios tentando não mostrar seu incômodo. Tudo nela te incomodava agora. Seu cheiro, sua presença e proximidade, seu toque e até mesmo o rosto que você costumava adorar e sonhar algumas noites. Ela passou a mão pelas laterais do seu corpo, roçando sua cintura e a frente de sua barriga. Os tremores e arrepios foram involuntários, mas não como costumavam ser. Não era mais por excitação e angústia pelo toque. Era medo. O medo que você desenvolveu ao saber o que o último toque dela causou em sua vida. Uma mudança tão grande, que você parecia perdida, sem expectativas ou esperança de melhora. Apenas aceitara o que estava acontecendo, enquanto torcia para ter uma vida digna antes de sucumbir ao inferno.

"Eu não gosto que toquem no que é meu. Eu não gosto de sentir cheiros de outras mulheres em você que não seja o meu." Ela resmungou, apertando ainda mais a sua cintura e barriga. Você estava sentindo um pouco de dor. "E aqui está você, cheirando à aquela bruxa loira e a aberração com véu."

As palavras sobre Senhora Beneviento e Mãe Miranda, lhe causam raiva. Você aperta a unha dos dedos sobre a mão em sua barriga, com força o suficiente até que ela te solte. E assim Sophie o faz em segundos.

"Não fale delas desse modo. Eu não devo nada à você! Eu não sou sua, Sophie!" Você grita, virando-se abruptamente para encará-la. Ver o sorriso em seu rosto, só te faz sentir mais raiva. Como ela poderia?

"Mas você estava pronta para ser, não é? Pronta para implorar pelo meu toque e  pedir para eu te fazer minha." Ela diz convencida, puxando seu queixo com força com a mão esquerda. Sophie te segura com firmeza, não te deixando movimentar o rosto ou te afastar. "E eu teria feito. Eu teria comido você naquela floresta depois de ter te mordido e adivinha, você teria gostado. A transformação ia fazer seu corpo queimar, enquanto eu te fodia e te aliviava do sofrimento e você teria amado. Eu senti seu cheiro antes, você estava pingando por mim antes mesmo que eu te tocasse. Porque você ama uma mulher com poder sobre você, não é?"

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