A confissão do rei

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Claridade. Movimento. Vozes. Linhas. Sombras. 

Thranduil acordou, porém sentiu uma claridade muito forte impedi-lo de abrir os olhos. Percebeu movimento. E, então, ouviu vozes ao seu lado:

- Como ele está? - Alguém perguntou, e Thranduil reconheceu a voz de Taenaran.

- Está recobrando a consciência - a voz de Maiele soou do outro lado. E, finalmente, conseguiu abrir os olhos. À sua frente, viu ao longe um teto branco com linhas que formavam alguma espécie de desenho, a qual ele não estava disposto a tentar adivinhar o que era. E mais próximo de si, visualizou duas sombras que não demoraram a se mostrarem Taenaran, à sua direita, e Maiele, à sua esquerda. - Meu senhor Thranduil - ouviu Maiele chamá-lo.

- Estou ouvindo - falou vagarosamente. 

- E isso é muito bom, se quer saber - ouviu por trás de Taenaran uma voz familiar.

- Mithrandir?

- Sou eu mesmo! - E a figura risonha e agradável de Gandalf, o Branco surgiu.

- Creio que não deveria perguntar a razão de estar aqui, parece sempre aparecer na hora em que precisam. 

- Ora, meu senhor Thranduil, mas essa não seria a função dos Istari enviados por Manwë? Auxiliar todas as criaturas da Terra-média contra o mal que assola essas terras? Guiá-las para o caminho da luz e da paz? E não permitir que as trevas destruam e conquistem tudo à sua frente com a dor, a tortura e a morte? - Outra voz familiar exclamou por trás de Maiele.

- Elrond? - Estranhou Thranduil, observando o meio-elfo se colocar ao lado do curandeiro.

- Aos seus serviços, meu caro amigo - curvou a cabeça de forma breve e lhe sorriu levemente.

- Eu não entendo. Pensei que haviam partido para Valinor, junto com a Senhora Galadriel - franziu o cenho confuso.

- E partimos, porém foi necessário que voltássemos - respondeu Gandalf. - Parece que o senhor teve um encontro nada amigável com alguém que conhecemos muito bem, estou certo? 

- Ah claro, bela observação, Mithrandir, eu não tinha reparado! - Levantou sarcástico e nervoso Thranduil. - Mormeril resolveu retornar, depois de mais de um século escondendo-se! Ela me fez de refém e agora está com Legolas! Maldita seja! - Amaldiçoou-a revoltado, mal suportando o fato de ter se deixado enganar pela Sombra. - Há quanto tempo estou aqui? - Questionou, tentando se levantar, mas foi contido por Maiele.

- Ainda está entorpecido pelas ervas, meu senhor. Aconselho-lhe a não se levantar tão já.

- Você me conhece, Maiele, sabe que não pode me impedir! - Sentou-se com alguma dificuldade, não aguentando a posição fraca e inofenciva em que se encontrava. 

- O senhor dormiu por longas dezoito horas - respondeu Mestre Elrond. - Sua vida foi drenada e o senhor estava e ainda está enfraquecido, por isso eu lhe peço para não abusar dos cuidados de Maiele e deixe a medicina élfica cumprir a sua função devidamente - Thranduil o encarou com certo ranso, porém acabou cedendo, permanecendo sentado com as costas encostadas sobre alguns travesseiros grossos e confortáveis. Mestre Elrond apenas sorriu satisfeito e com os olhos agradecidos.

- Posso saber quem foi que autorizou a entrada de vocês dois que não conseguem deixar de se intrometer em assuntos que não lhe dizem respeito? - Questionou com raiva pouco contida, enquanto tentava se ajeitar em meios aos lençois que o cobriam. Estava sobre uma cama de madeira pintada com tinta branca com mínimos detalhes, dentro da Sala de Cura Real, onde somente a realeza era atendida, a menos que a Sala de Cura pública estivesse muito cheia, o que só acontecia quando havia muitos feridos de guerra, porém foram poucas as vezes em que isso ocorreu.

As Asas do Poder - O Diamante da Morte - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora