Cortes

230 36 3
                                    

  — Esta melhor? — pergunta Ronnie.

  — Estou bem. — sussurra Alyne abrindo os olhos lentamente.

  Fiquei um pouco melhor, o Ronnie me levou para casa e fui direto para meu quarto.

  — Ah, obrigado por tudo Ronnie. — disse Alyne parada na escada.

  — De nada.

  — Vamos ter um jantar formal hoje, poderia acompanhar minha filha? — disse Sr. César

  — Claro senhor, estarei aqui.

  Ronnie foi embora.

  — Pai.

  — O que foi? Parece bem interessante não acha? — disse Sr. César rindo.

  — Para. — Alyne sobe rindo para seu quarto.

Meu pai fica rindo de mim, eu vou correndo para meu quarto. Fico aeria quando vem aquela cena horrível na minha cabeça do Gabriel e aquela vagabunda.

  — Eu não to suportando. — disse Alyne chorando.

  Eu já não suposto isso, é mais forte do que eu mesma.

  Ela foi para o banheiro, pegou uma lâmina e começou a se cortar. Todo o pulso e suas pernas, a dor que ela sentia no coração era muito maior. Depois dos cortes Alyne ficou sentada no banheiro todo ensopado de sangue, ela fica lá por 30 minutos.

  — Alyne? — disse Cidinha.

  A Cidinha era a empregada da casa, e a única que Alyne gostava na casa do pai dela.

  — O que? — fala Alyne ainda com voz rouca.

  — Esta tudo bem?

  — Sim.

  Depois que ela foi embora, fui tomar um banho, meu corpo ardia muito, não conseguia para de chorar, a água que cai sobre meu rosto disfarça as lágrimas que escapam do meus olhos. Tiro todo sangue que tem no banheiro me seco, visto um blusão e me deito na cama com dificuldades.

  Enquanto Alyne estava chorando no quarto Ronnie e Gabriel discutem.

  — O Sr. César me convidou para ir, e eu vou. — disse Ronnie.

  — Ah, você vai. — disse Gabriel se virando.

  — Cara, você não ta com nenhuma moral pra chegar perto da Alyne depois do que você fez. E eu já estou indo.

  Eles continuaram discutindo e depois Ronnie foi rápido para casa do pai de Alyne para irem ao jantar.

  Campainha toca.

  — Pontual esse rapaz, gostei. — disse Sr. César.

  Cidinha foi atender com um sorriso por causo do comentaria o Sr. César ele era bem engraçado na maioria das vezes.

  — Olá, boa noite. — disse Ronnie.

  — Boa noite rapaz.

  — Olá Ronnie. Cidinha vá chamar a Alyne por favor.

  Ronnie ficou um pouco nervoso, quase todos ficam nervosos perto do meu pai.

  — Tudo bem com você? Parece nervoso. — disse Sr. César com a mão esquerda no bolso da frente e a direita com um drinque.

  — Estou bem. — disse Ronnie nervoso sim.

  — Que bom. — disse Sr. César virando de volta para Ronnie. — Todos ficam nervosos com a minha presença, não sei porque.

  Enquanto eles ficaram conversando Cidinha esta no quarto da Alyne.

  — Criança, você ainda não esta pronta? Ele já esta aqui.

  — Eu não to muito bem. Estou com dor-de-cabeça não vou. — disse Alyne com voz de choro.

  — Own, você está bem? — pergunta Cidinha se sentando na cama.

  — Estou.

  — Eu te conheço criança, o que esta acontecendo?

  — Não quero falar sobre.

  — Tudo bem, depois conversamos.

  Ela finalmente foi embora, fico triste por não ir ao jantar, fura com meu pai e com o Ronnie, estava sem forças pra se levantar, meus cortes ardiam e estava cansada de chorar, já não tinha mais forças pra isso. Me enrolei até o pescoço e alguém bate na porta.

  — Oii, poço entrar? — pergunta Ronnie.

  — Pode sim.

  — Ta bem? — disse Ronnie fechando a porta.

  — Uhum, e você?

  — To, sua voz entrega tudo anjinho.

  — É ne.

  — Seu pai já foi, e mandou eu ficar aqui com você por enquanto.

  — Meu pai falou isso? — pergunta Alyne duvidando.

  — Não, ele nunca deixaria. — disse Ronnie com uma risada.

  — Sabia. — fala Alyne entre risadas. — o que foi?

  — Você ta rindo, sabe você tem o sorriso mais lindo que já vi.

  — Já ouvi isso em algum lugar. — disse Alyne parando de rir.

  — Para de pensar no passado, e vamos sair, pra se distrair um pouco.

  — Não quero.

  — Não tem querer, você não tem que ficar aqui chorando por causa de idiotas como ele, vem por favor. — disse Ronnie

  — Ta bom, vai lá pra baixo que vou por uma calça. — disse Alyne.

  — Pode trocar aqui eu não me importa.

  — Vai logo idota. — disse Alyne batendo no Ronnie e rindo.

  — Ta bom, ta bom, calma. — fala Ronnie rindo.

  Ele foi e ficou lá na sala me esperando, bom ele me fez sorrir quando eu queria morrer, então devo uma para ele. Fui coloquei minha calça preta rasgada, uma blusa com mangas grandes do Sepultura, coloquei meu all star surrado (meu preferido). Esconde meus cortes, mas ainda doi.

  — Nossa você ta linda.

  — Parecendo um menino de cabelo grande como diz meu irmão. — disse Alyne rindo.

  — Não, ta muito perfeita.

  Não sei se ele falou porque eu to bonita ou só pra me animar mesmo.

 

O verdadeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora