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Devolta ao século 12 - parte 4

— Não está esquecendo de algo- falou ele tirando a minha, "outra eu", de dentro de um armário.

— Pai, espera, eu posso explicar.

— Não preciso de explicação, quantas vezes eu te disse para não brincar com o tempo??? Você ignorou tudo o que eu falei? Que desperdício de magia.

— Foi um plano seu.

— Mas meus planos são impecáveis! Eu nunca erraria.

— Mas o senhor não tem provas de que foi um erro.

— Muito bem, e o que prova que não foi um erro?

— Ninguém morreu ainda.

—... Saiba que de agora em diante eu estarei te observando!

— Então vai ter que observar mais algumas pessoas.— disse em tom irônico enquanto saía deixando meu pai confuso. Eu senti um leve nervosismo tomar a minha mente uma vontade de sumir, porque eu acho que já não seria possível voltar no tempo

Assim que saí do castelo, relembrei o quanto eu amava Camelot, as ruas, o ar, a arquitetura, o clima, as montanhas, as árvores, ontem eu estava tão atordoada que acabei não conseguindo aproveitar isso, eu senti tanta falta, eu pensei que nunca voltaria a ver essa vista novamente, e depois de 900 anos eu estou aqui é uma pena que eu não possa estar aqui pelo tempo desejado, mas, cortando esse pensamento, ou, o final dele,
eu estava apenas andando, admirando, observando as nuvens, estava lá, sentindo a maior paz possível em muito tempo, o ar batendo em meu rosto, como se eu voasse, eu ergui os braços devido o conforto que o ar trazia, deixava meu corpo balançar conforme a calma que tomava conta da minha mente e quando abri os olhos,

vi os céus de Camelot repletos de uma tonalidade rosa e o sol apenas com uma pequena parte de si aparecendo; sem que eu percebesse passei o dia inteiro alí, sem nenhuma preocupação.

Esperei o sol ir para eu voltar, mas... Sinceramente eu não queria,
eu não queria ter que ver Douxie e saber que nos beijamos, eu não queria que tivesse acontecido, porque afinal, acho que ele deveria ser da Zoe, eu não queria ter que entrar em um estado de nervosismo de novo, e além do mais, minha eu do passado... Acho que eu nem precisei voltar para ter
vontade de sumir.

Já que de qualquer forma eu não teria escolha, eu voltei, andando lentamente, e pensando no que falar a cada passo, e antes que eu percebesse, os portões do castelo estavam na minha frente, quanto arrependimento, antes que eu colocasse a mão nos portões, eles abriram, e vi Douxie... Quem me dera eu pudesse não existir agora, tentei ignorar a presença dele e somente ir para o meu quarto sem falar nada mas ele segurou meu braço.

— É sério que você vai ficar me ignorando desse jeito?

— Douxie... Você não é meu, não mais, e a Zoe ainda te quer, então eu prefir...— fui interrompida.

— Então você prefere me iludir e depois me deixar sozinho!?

— Não, eu só não quero que você esteja comigo mas a sua mente esteja em outra pessoa!!!

— E porque você acha que eu iria querer outra pessoa?

— PORQUE VOCÊ NAMORA ESSA PESSOA, CASPERAN! – Perdi a paciência, e puxei meu braço com toda minha força.

— S/n, eu corri metade do mundo pra te achar, eu não mudei para Arcadia só porque era um exemplo de lar musical, eu mudei pra lá por você! Todas as idiotices que eu já fiz na vida foram por você, s/n!...