Sophie Morgie é uma garota doce, curiosa, inteligente e de boa família. Após ser transferida para o novo internato, junto com seu irmão Jean, belas experiências surgem na vida dela. E situações inexplicáveis também.
Algo de estranho começou acontec...
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Thomas me encarava com desdém. A minha situação não era favorável para ele ficar zombando desse jeito, afinal.
Esfregar chão era uma das tarefas mais difíceis que eu já enfrentei. Minhas mãos realmente não foram feitas para afazeres domésticos.
_ De todos os lugares possíveis, você me chama justo no banheiro feminino? E ainda lhe encontro nesta situação deplorável. Quantas vezes você lavou um banheiro na vida?
_ Não ria de mim. _ Larguei o esfregão e joguei dentro do balde. _ Eu nunca fiz isso.
_ Seu castigo já deveria ter acabado. Fazem quanto tempo? Três, quatro semanas?
_ Só vamos nos livrar do castigo amanhã. Enquanto isso, estou aqui me sentindo da mesma forma que a Cinderela foi tratada pela madrasta e as irmãs.
_ O que quer de mim?
_ Temos um problema.
_ Sua cara não é muito das boas. O que houve, Morgie? _ suspirei.
_ É o Dylan. Ele anda... esquecido.
_ Esquecido?
_ Sim. Ele anda se esquecendo das coisas. Acho que Dylan desconfia que alguma coisa está errada com ele. Ele pensa que está com amnésia _ Thomas riu.
_ Ele acha que tem algum problema cerebral? _ Sua voz quase sumiu. Estava um pouco escuro no canto que ele estava, mas dava para ver suas pupilas dilatando.
_ Acho que sim.
_ Isso é perigoso. _ Olhou para mim, eu senti a preocupação tomar conta do ambiente. _ Ele te contou com exatidão o que está acontecendo? _ Se aproximou e apertou meus ombros.
Isso não era bom, eu sabia que Thomas estava lembrando do passado.
_ Na verdade, eu ouvi ele na enfermaria conversando sobre isso com a enfermeira. Eu sem querer o vi passar e descobri a verdade. Mas ele outro dia me disse que tinha esquecido de um teste que não lembrava do professor ter avisado, da atividade que a professora Hiddleston nos passou aquele dia e do aniversário da própria mãe. _ Passei a mão no vestido, sentido o suor e a água suja se misturando. _ Preciso contar a verdade para ele, Thomas. Dylan precisa saber ou isso vai se tornar um grande problema.
_ Eu sabia que isso ia acontecer. _ Passou a mão pelos fios longos. _ Por isso, desde o início eu te avisei que essa história poderia se tornar um problema no futuro.
_ Não, Thomas. Por favor, já disse que eu iria me responsabilizar por tudo. _ Me aproximei. _ Só estou pensando na forma que vou contá-lo. Você acha uma boa ideia contar, não acha?
_ Faça o que achar bom. Seu amigo não pode se prejudicar.
Me abaixei, encostando minhas costas em uma das portas das cabines do banheiro. Coloquei a cabeça sobre as pernas já perdendo todo ânimo que me restou.
