especial de natal

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O especial de Natal se passa dentro do universo de The Tottenham Court, no entanto, não é canônico. Ou seja, esse capítulo tem os mesmos personagens da obra, mas não aconteceu de verdade dentro da história. Espero que gostem!

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Son Heung-min põe a mala dentro do carro alugado e sente todo o seu corpo pingar de suor. Embora não tenha dito isso para Richarlison, ele não consegue entender como o Natal pode acontecer em um clima tão quente. Onde está a neve? Os trenós? As renas? Os enfeites nas ruas com o bom velhinho? Aparentemente, o Brasil não é tão empenhado nas decorações de natal quanto em ano de copa do mundo, onde todas os lugares são pintados de verde e amarelo.

— O Brasil, ou República Federativa do Brasil, é o maior país da América do Sul. — Love diz, olhando para o celular, como uma guia turística. Ela fala em coreano e Son se diverte com a expressão curiosa do taxista olhando para eles pelo retrovisor. A garota não parece notar, porque está focada demais em falar tudo o que sabe do Brasil.

Quando Richarlison convidou os irmãos Heung-min para passar o natal no Brasil, Son achou que fosse brincadeira – na melhor das hipóteses, um surto do brasileiro. Mesmo assim, Richarlison passou dois meses inteiros implorando para que Son fosse, com uma carinha pidona, olhar do gato de botas e a promessa de deixar o coreano escolher todos os filmes pelo resto do ano.

— Minha mãe quer conhecer você! — Ele disse, uma vez. Abriu um sorriso brincalhão e abraçou Love. — E a Loves também, claro.

A irmã de Son bateu palmas e abriu um sorriso.

— Qual é, Sonny? Você precisa conhecer sua sogra em algum momento. Não dá para fugir disso para sempre.

O coreano revirou os olhos, mas mesmo assim não conseguiu evitar que seu rosto ficasse vermelho. Richarlison não percebeu nenhuma das duas coisas, porque estava preocupado demais com o seu próprio rosto mudando para outra cor. Já Love, apenas continuou mexendo no seu celular, sem ligar para o pânico no relacionamento entre os jogadores de Tottenham.

A questão é: Os dois ainda não estão namorando. Eles passam a maior parte do tempo juntos, fazem tudo juntos, se beijam em todos os momentos em que Diego não está no quarto e morrem de ciúmes um do outro. Uma vez, Richarlison passou uma tarde inteira sem falar com Son apenas porque o coreano disse que não beijaria ele se o jogador fosse uma minhoca feia e gosmenta. Em outras palavras, os dois se encaminham para algo, mas são teimosos demais para tomar a iniciativa de um pedir o outro em namoro.

Junto a isso, não é que Son não queira ir ao Brasil, mas parece um salto enorme na relação dos dois que o coreano nunca se imaginou dando com ninguém. Nenhuma mãe quis conhecê-lo e, mais ainda, preparou uma festa inteira para sua chegada.

— Quer dizer... O natal é sobre o menino Jesus, não é? O nascimento dele, etc. — Son disse, no quarto de Love, três dias antes da viagem. Richarlison já havia ido para o Brasil afim de organizar tudo e o coreano mal conseguia aguentar a saudade em seu peito. — Não é justo que a coisa seja sobre mim.

Love revirou os olhos e arremessou uma de suas botas contra o coreano, que precisou se afastar para não ser atingido por cinco quilos de couro no rosto.

— Son, você é importante pra ele. E você decidiu estar com um brasileiro, então aceite todo o calor emocional que isso trás junto. Pelo o que eu li, as famílias brasileiras são as mais acolhedoras do mundo. — Desde que aceitaram ir ao Brasil, a coreana decidiu se tornar uma expert em todos os assuntos do país e passou mais tempo lendo livros e artigos sobre do que estudando para suas provas de fim do semestre. — E não coloque Jesus nisso. Ele perdoa demais para quem é capricorniano.

The Tottenham Court (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora