O sol e a Lua - Wenclair CONCLUÍDA

Wandinha

Passamos duas semanas em que eu ia visitar o Eugene todos os dias na enfermaria até mais uma pista aparecer.

Eu já tinha criado laços com Tyler, agora só precisava ficar mais íntima dele. Enid está odiando e eu adoraria desistir, mas eu não posso deixar eles lutarem.

O que faria se fosse uma situação qualquer? Iria direto até o Tyler para tortura-lo até ele admitir. Mas como a vida da minha namorada depende disso, preciso agir com cautela. Aquele padrão não iria durar um dia sequer, mas eu não posso arriscar ser presa e não poder proteger Enid.

Mais uma vítima, dessa vez um padrão, mas dessa vez ele morreu. Não o conhecia.

Enid estava obviamente com medo de tudo isso, mas não queria que eu soubesse. Uma noite ela teve um pesadelo e foi dormir comigo. Eu estava acordada escrevendo e percebi seu grito abafado e assustado quando ela acordou.

— Aquele... monstro. – ela respondeu quando eu perguntei sobre seu sonho. – Eu estava lutando contra ele, mas eu não parecia humana.

É óbvio que não deixei transparecer minha perplexidade. As visões não aconteciam nos sonhos, devia ser só pura coincidência misturada com o psicológico assustado dela. Não é importante.

— Tá tudo bem agora. – eu disse, tentando realmente acalma-la. Nunca fui muito boa com consolos, mas ela me ensinou um pouco. – Vem dormir aqui.

— Não vou atrapalhar sua escrita?

— Você é obviamente minha maior prioridade agora.

Mesmo no escuro, pude apreciar seu largo sorriso sonolento seguido de um bocejo. Talvez Enid tenha feito um ritual satânico para ficar com uma aparência tão bela assim, e imaginar essa possibilidade me faz ficar mais atraída por ela.

— Estou com medo, Wan. – ela disse, já em meus braços. Ouvi um grunhido adorável de cachorro e comecei a acariciar seu cabelo para acalma-la. Enid faz barulho de cachorro chorando quando está com medo e acha que não sei. – E se o Hyde pegar você?

— Então você usa sua força e arranha ele com suas garras.

Ela enterrou o rosto no meu peito e deu um suspiro.

— Eu tô falando sério, amor.

— Eu também. Acha que não acredito nisso? Que você é forte?

— Acho.

Tirei minha não do seu cabelo e desci para o seu rosto.

— Enid, eu acredito.

— Então por que sente que precisa me proteger?

— Porque nesse momento você está se recuperando de um pesadelo deitada no meu peito.

Ela se levantou bruscamente e foi se deitar em sua cama.

— Ei. – eu disse, me sentando. – Enid, volta aqui.

— Você acha que sou fraca.

— Quê? Não, isso é ridículo. Volta aqui.

— Não, eu não preciso de você!

Ótimo, outra briga para o nosso currículo. Dessa vez, terminando com nós duas viradas para lados opostos enquanto dormimos.

Eu não acho que Enid seja fraca, mas também não acredito que ela consiga ser forte o tempo todo. Ela é forte, mas tem muito medo. Eu vi sangue na minha visão, e não parecia ser só de Tyler.