O gás foi cortado

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P. V Eveline

Cara as vezes a vida é muito engraçada, eu não sei o que fazer pra Carol, pra ajudar ela. Assim que bate o sino, vou até o refeitório, me sento no nosso banco de costume e espero o restante chegar. Evelim chega primeiro, como sempre, se senta aí meu lado.

-  Eai dona porque tá pensativa?

- Você já deve ter uma ideia, não é.

- Sim mas você sabe como é ela. Não vai ter conversa.

- Droga, precisamos de quatro mil.

-Como, aonde vai arranjar esse dinheiro todo? Vai rodar a bolsinha.

- Vai tomar banho chata.

- Olha ela tá vindo vamos mudar de assunto, tá você sabe como ela é.

Carol chega e senta em nossa frente, o rosto triste ela deposita o queixo na palma de sua mão e fecha os olhos por alguns minutos, não digo nada nem Evelim ela precisa de um tempo.

- Não vai comer?- pergunta Evelim.

- Com que dinheiro?

- A gente paga pra você.- digo.

- Não tô com fome.

- Não minta, você tomo café da manhã?

- Não Evi. - esse era o apelido de Evelim.

Evelim pega uma maçã de sua mochila, e entrega para Carol.

- Então coma a maçã.

- Não precisa.- diz ela negando.

- Apenas a maçã. - ela acenou com a cabeça um sinal de sim e pegou a maçã.

Eu e Evelim sabíamos que Carol estava passando necessidade, muita das vezes ela não comia antes de vim pra escola, talvez por que não tinha muita comida em casa, depois da facul eu sempre levava ela até minha casa pra comer alguma coisa, o pai de Carol havia falecido já uns dois anos. Eu queria ser útil na vida da minha melhor amiga mas não tinha nem uma ideia, e também não sou rica não tenho grana pra ajudar ela, claro tenho minhas contas em dias tudo certinho, mas não é a mesma coisa.

{...}

Depois da facul eu e Carol fomos pra casa com meu pai, de vez em quando ele vem buscar a gente, já Evelim foi de ônibus, ela não mora no mesmo bairro. Contei para minha mãe da situação da Carol, ela até quis emprestar um dinheiro pouco até porque não temos aquelas coisas né, lógico Carol não aceitou disse que já estava cheia de dividas e não queria mas uma.

Eu e Carol conversamos um pouco, assistimos nossas séries e nos produzimos para tirar algumas selfs, logo em seguida ela foi pra casa. Bem eu moro com minha mãe Cláudia e meu pai Arthur e meu irmão Carlos, as vezes é cansativo morar com esses três, mas eu amo eles apesar das brigas.

P. V Evelim

Bem minha família é muito grande por sinal então vou começar pelos meus irmão, tenho meu irmão mais velho que se chama Bernardo e minha irmão do meio que chama Beatriz, e minha mãe que se chama Cassandra e meu pai que se chama João, minha mãe está grávida de Eva, aqui em casa a gente briga muito tipo muito e eu não tenho um minuto de paz. Beatriz entra no meu quarto, meio triste porque tenho que dividir com ela.

-A janta tá pronta Evelim.- diz ela batendo a porta bem dizer na minha cara, enfio a cabeça nos meus travesseiros.

-EVELIM NÃO VOU CHAMAR DE NOVO.- grita minha mãe.

-Mas você nem me chamou.- digo entre o travesseiro, com isso faz meio que impossível de ser ouvido minhas palavras.

P. V David

Me sento em minha poltrona, pego o whisky que está em cima da mesa de centro mas velho que um vinho barato, pra falar a verdade. Joguei o que havia na garrafa em minha boca, fecho os olhos por alguns minutos e tento imaginar que tudo vai ficar bem tudo mesmo, droga não acredito nisso droga, dou um soco na mesa de centro fazendo meus dedos doerem e a mesa não quebra pro meu azar, dou um gruido de dor, não acredito que perdi a droga de Douglas ele vai me matar inferno, viro a garrafa em minha boca novamente, mas apenas três gotas caim. Olho pro lado e meu celular está chamando, é ele tenho certeza ignoro, ainda não quero encarar essa parte ele vai me matar sem duvida. Respiro fundo sempre tem uma saída não é, mas caralho qual é, é David dessa vez não tem saída nenhuma, já sei, pego o que sobrou das drogas, dois pacotes que valem 23 isso não vai cobrir merda mas posso tentar, me arrumo pego minha mochila, me olho no espelho, esse olho roxo pode ser bom para os negócios, vida de traficante não é fácil.

P. V Carol

Estava na frente do meu condomínio quando Bruno me ligou.

-Alo.

-Fala pra mãe que vou posar na casa do Júlio.

-E como vai pra escola amanhã em?

-O pai dele vai levar a gente.

-Vai mesmo ou tá mentindo?

-A é verdade.- até parece que tô vendo ele revirar os olhos.

-A tanto faz.- desligo na cara dele, e vou até a portaria.

Bato na janelinha pro seu Ernesto me ver.

-Oi menina.

-Tem alguma coisa pra mim?. - digo desanimada já.

-Tem sim minha filha.- ele me entrega uma carta branca e vermelha, não quero nem abrir entrego de novo para ele.

-Le pra mim.- ele acena com a cabeça dizendo que sim.

-Entao o que diz?.- ele me olha triste por alguns segundos.

-O gás foi cortado minha querida.

Uma viagem muito malucaOnde histórias criam vida. Descubra agora