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𝗧𝗵𝗼𝗿𝗽𝗲, 𝖷𝖺𝗏𝗂𝖾𝗋.

Abri a porta do quarto de Wandinha. Ela estava sozinha, e lendo.

- Olá. - Falou vendo ser eu.

- Oi. - Me sento ao seu lado na cama.

- Quer alguma coisa? - Perguntou ainda lendo o livro.

- Poderíamos fazer algo. - A encaro de canto.

- Uhm. - Mostrou desinteresse.

- Amor, para de ler. - Tiro o livro dela.

- Ei. - Reclamou vindo pegar novamente.

Ergui o livro para o alto e ela ficou tentando se apoiar em mim para pegar, e quando conseguiu caiu em cima de mim.

Sorri e beijei a minha garota.

- Vamos fazer algo então. - Ela diz saindo de cima.

- O quê?

- Assistir um filme no seu quarto. E depois, eu posso ver os seus desenhos. - Foi até o armário e fechou a porta.

- Filme, sim. Desenhos, não. - Falei rapidamente.

- Então eu não vou. - Gritou lá de dentro.

- Por quê? - Cheguei perto da porta.

- Porque a condição para eu ir, é essa. - Abre a mesma.

Suspirei.

- Ok, você pode ver os desenhos. - Cedi.

Não queria que ela visse a quantidade de desenhos que tem apenas dela.

Logo ela entrou no armário novamente.

- O quê está fazendo?

- Me trocando. - Foi irônica.

Em seguida ela saiu.

- Não precisava se trocar. - Fomos até a porta.

- Aquilo era um pijama. Quer que sua namorada fique andando por aí vestindo aquela roupa? Porque ela não. - Diz quando chegamos no quadrado.

- Não quero. É melhor suas roupas largas mesmo. - Passo o braço pelo seu pescoço.

Ela ficou quieta enquanto subíamos as escadas, e assim que entramos pulou na cama.

- Eu escolho o filme. Você tem um péssimo gosto. Sem querer ofender. - Pegou o controle, ligando a televisão.

Já apaguei a luz, para não levantar novamente.

- Não sei o porquê das pessoas falarem "sem querer ofender", já ofendendo. - Me sento ao seu lado.

- Para tentar serem educadas, sendo francas. Eu sou assim. - Se deitou.

- Eu sei. - Me deito, se aproximando.

- Que bom. Se não me conhecesse, o mataria. - Me fuzilou.

Logo deu play no filme. De terror. Típico de Wandinha. A cara dela.

- Venha. - Chamo a sua atenção.

- O quê? - Me encarou confusa.

- Deite aqui. - Indico o meu peitoral.

Assim ela fez, e se aconchegou no meu abraço.

...

O filme acabou, e eu achei que ela havia esquecido dos desenhos. E meio que dei graças a Deus.

Até que ela levantou.

- Onde está? - Perguntou mexendo na minha mesa. - Não pense que eu esqueci.

Abriu a gaveta e pegou todos os meus cadernos de desenho, colocou na cama e quando foi fechar a gaveta, parou.

Tirou o mini quadro que eu fiz dela, e veio até mim.

Se sentou de frente para mim, ainda observando o mesmo.

- Nossa. Obcecado. - Riu de leve.

- Sim, obcecado pela minha namorada. - Peguei o retrato de sua mão com cuidado.

Ela começou abrir os cadernos, e ver um por um.

A cada desenho, parece que ela arregalava um pouco mais os olhos. Era justamente o caderno apenas para os desenhos dela.

- Está bom. - Recolhi os cadernos. - Você já me acha obcecado, imagina vendo o restante.

- Tudo bem. - Se levantou.

- Já está indo? - Perguntei indo até ela.

- Sim. - Pegou seu celular. - Já deve ser tarde. - Sua entonação aumentou no final.

- Que horas são?

- Quase 01h da manhã. - Colocou a mão no rosto. - Droga, já passou o toque de recolher!

- Dorme aí. Se pegarem você, será punida. - Ela logo arqueou as sobrancelhas.

- Mas eu estou sem pijama. - Cruzou os braços.

- Eu te empresto uma roupa. - Cruzo também.

- Não sei... - Desviou o olhar.

- Vai logo. Para com isso.

Peguei uma calça de moletom preta e uma camisa larga da mesma cor.

Ela entrou no banheiro, e logo saiu com a roupa.

- Estou ridícula! - Revirou os olhos.

- Não está. - Me aproximei, e roubei um selinho.

Ela me beijou novamente, e pulou na cama.

Se cobriu. Dei risada e fui até o banheiro, me trocar também.

Quando voltei, ela já estava dormindo, então apaguei a luz e me deitei ao seu lado. Passei o braço ao redor de sua cintura e me aconcheguei.

- Boa noite, minha garota. - Sussurrei encarando cada traço de seu rosto.

- Boa noite. - Respondeu me assustando.

Logo o silêncio se estabeleceu novamente, e assim dormimos.

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Postando super tarde!

𝘄𝗲𝗱𝗻𝗲𝘀𝗱𝗮𝘆 𝗲 𝘅𝗮𝘃𝗶𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora