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𝗔𝗱𝗱𝗮𝗺𝘀, 𝖶𝖾𝖽𝗇𝖾𝗌𝖽𝖺𝗒.

Hoje finalmente é a Copa Poe, estava me irritando a animação de Enid aumentando a cada dia que passava.

Desde a minha conversa com Xavier, não nos falamos muito.

Decidi me afastar para conhecer o terreno sentimental, e descobrir o que sinto por ele. Ainda não cheguei em nenhuma conclusão.

— Wandinha, está pronta? - Enid gritou do lado de fora da barraca.

— Quase. - Respondi impaciente com os barulhos lá fora.

Terminei de fechar o ziper do traje, e coloquei os sapatos. As orelhas de gato e saí.

— Ficou perfeito! - Enid deu um pequeno surto.

O novo traje é um macacão justo igual ao ano passado, mas ao invés de ser todo preto, tem alguns detalhes em branco e sobreposições legais.

Comecei a caminhar para procurar o Mãozinha. Não estava achando, então decidi ir ao quarto ver.

Quando estava prestes a entrar no prédio Ofélia, sua voz ecoa atrás de mim.

— Está linda, como sempre. - Respirei fundo e me virei para ele.

— Olá, Xavier. - Cumprimentei sem ânimo.

— Percebi que estás a me evitar. Ainda pensando sobre o que sente? - Perguntou e eu apenas assenti. - Eu já devia saber que precisaria se afastar para isso. Porque a proximidade talvez te deixe mais confusa.

— Correto. Por isso não quero ficar muito perto. Quem perde com a minha confusão é você. - Cruzei os braços.

— Eu sei, vou respeitar o seu espaço.- Falou se afastando.

— Preciso procurar o Mãozinha. Com licença. - Dei as costas subindo.

Suspirei pesado. É estranho estar estranha com ele. Mas finjo não me importar e abro a porta do quarto e o chamei:

— Mãozinha? - Logo ouvi algo se remexendo na gaveta da minha mesa. Tento abrir e está trancada.

Peguei uma das minhas ferramentas e abri a gaveta. Mãozinha sai desesperado.

— Quem te trancou? - Ele gesticulou que a pessoa usava máscara. - Covardes. Precisamos ir, a competição logo começa!

Peguei ele e desci as escadas correndo rapidamente, corri para o lago. E quando cheguei Enid estava ajudando a colocar o barco na margem de rio, ufa! Quase não dá tempo.

— Onde estava? - Veio até mim.

— Procurando o Mãozinha. Trancaram ele na gaveta da minha mesa, para nos sabotar. A pessoa usava máscara.

— Idiotas! - Se enfureceu. - Mas vamos logo.

Me puxou para dentro do barco, e eu sentei atrás dela.

— Eu arranhei embaixo do barco dos Dourados, e do Poço e o Pêndulo. - Ela sussurrou.

— Agora só falta os Coringas. - Falei e olhei para o barco deles.

Xavier me olhava, então desviei o olhar.

A corrida se iniciou, então remamos os mais rápido possível.

Percebi os barcos que Enid arranhou, se afundarem no meio do lago. Percebi as competidoras da antiga equipe da Bianca, nos olharem com ódio. Só faltam o barco dos Coringas.

Sorri perversa olhando e logo voltei ao foco.

Quando chegamos do outro lado, corri para pegar e bandeira, o o Xavier me acompanhava com o Ajax.

Peguei a mesma e disparei como o vento, e só voltei a realidade quando cai no chão com tudo. Tropecei em um pedaço de galho, e cai em cima de vários.

— Wandinha, você está bem? - Xavier veio até mim.

Me virei, e provavelmente eu tinha uma expressão de dor.

Eu estava de olhos fechados, jogada no chão. Senti a minha bochecha latejar. Passei a mão e senti um corte, que não é superficial. Levantei rapidamente vendo o sangue escorrer em meu rosto.

Mas lembrei que tenho pessoas me esperando a beira do rio.

— Obrigada por se preocupar, mas eu tenho uma corrida para ganhar! - Falei ofegante e fui para o barco.

— O que houve? - Enid pergunta quando e chego.

— Depois eu explico. Vamos rápido!

Remamos aceleradamente, e os Coringas estavam no nosso alcance.

— Gente, se aproximem! - Falei para elas ouvirem.

Quando chegamos quase no casco do barco deles, soltei a armadilha, que quebrou a estrutura.

Xavier sorriu e balançou a cabeça negativamente me fitando.

Arqueei as sobrancelhas e sorri, seguindo o caminho.

Quando chegamos, eu e Enid pegamos a bandeira e corremos para a chegada.

Ela me abraçou, e eu acabei retribuindo.

Depois de toda a formalidade, os Coringas chegam em terra firme novamente.

— Parabéns Wandinha, vocês merecem. - Xavier falou.

— Obrigada. - Senti a minha bochecha arder pelo movimento de fala. Coloquei a mão no lugar.

— Vamos na enfermaria, precisa cuidar dessa fissura. - Estendeu a mão.

Encarei o com as sobrancelhas arqueadas. Mas ele tem razão.

Peguei na mesma e ele me arrastou até o local.

A enfermeira esterilizou e colocou um curativo. Ela disse que se fosse um pouco mais a fundo, teria que levar pontos.

Xavier me acompanhou até o quarto.

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No próximo é continuação.

𝘄𝗲𝗱𝗻𝗲𝘀𝗱𝗮𝘆 𝗲 𝘅𝗮𝘃𝗶𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora