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𝗔𝗱𝗱𝗮𝗺𝘀, 𝖶𝖾𝖽𝗇𝖾𝗌𝖽𝖺𝗒.

Tem quase uma semana que estou no hospital, em observação. E não teve um dia sequer que Xavier não veio me visitar. Ele foi super atencioso comigo. Perfeito para falar a verdade.

Nesse momento estou terminando de me vestir, porque hoje eu tive alta.

Minha está me ajudando a colocar o casaco.

— Levanta um pouco o braço esquerdo. - Pediu.

— Ai! - Resmunguei assim que o fiz.

— Desculpe querida.

Quando tudo estava pronto, meus pais e eu fomos para o estacionamento.

Com certeza dificuldade entrei no carro, e lá estavam Mãozinha e Feioso.

— Mãozinha, quando tempo. - Falei.

Ele gesticulou, dizendo que estava com saudade.

— Eu também, saudade de ameaçar a quebrar todos os seus dedinhos. - Sorrio.

Ele me mostrou o dedo do meio, o que me fez rir. Porém, ainda dói.

— Idiota! Não me faça rir! - Peguei o mesmo e arremessei no Feioso.

— Wandinha! - Meu irmão exclamou.

— O quê? Ele está me enchendo. É melhor jogar em você, do que pela janela.

— Vocês, parem. - Meu pai falou.

— Tropeço, vá devagar, senão pode machucar a Wandinha. - Minha mãe pronunciou.

Assim ele fez. E minutos depois chegamos.

Felizmente ou não.

Felizmente por eu poder finalmente voltar para o colégio. Infelizmente, porque todos irão ficar me encarando. Provavelmente com pena.

Eu não preciso de pena, e nem quero.

Saí do carro com muita calma. Meus pais já irão voltar para New Jersey, eles não podem ficar na escola por não ser o dia da família.

— Se cuide minha víborazinha. - Meu pai falou.

— Até outro dia Wandinha. Vou sentir sua falta. - Feioso disse, e logo foi para a carro com meu pai.

— Nuvenzinha escura, gostaria de poder ficar. Mas eu sei que vai ser bem cuidada pelos seus amigos, e pelo seu namorado. - Sorriu ao dizer o final. - Quando ele pediu?

— Três dias antes do meu aniversário. - Encarei a aliança. - O que teria acontecido se alguém falasse para a Wandinha de antigamente, que ela faria exatamente o que sempre duvidou? Se apaixonar.

— Ela provavelmente teria sido presa, e julgada por assassinato e esquartejamento. Sem dúvidas. - Riu. - Querida, precisamos ir. Aquele garoto está atrás das grades, mas tome cuidado.

— Vou tentar.

— Mande notícias. - Apenas concordei, e ela foi ao carro. - Adeus.

Quando os vi partir, atravessei os portões de Nunca Mais.

Caminhei calmamente, e decidi ir direto para o quarto. Mas para isso, tenho que passar no pentágono.

Uma droga mesmo!

Respirei fundo, e entrei. Todos me olharam.

Meus olhos reviram por si só.

Tentei passar o mais rápido possível sem que a dor me atingisse.

E quando finalmente entrei no prédio, suspirei.

Subi na mesma intensidade que entrei na escola, devagar.

Abri a porta do quarto, e me deparei com Xavier, Enid e Ajax.

— Bem-vinda de volta! - Falaram juntos.

— Amor. - Xavier veio até mim, depositando um selinho.

— Wandinha, é ótimo vê-la aqui novamente. - Enid sorriu, e Ajax concordou.

Ficamos o restante do dia juntos, se divertindo.

E me forçaram a jogar... Uno.

Até que foi divertido, não vou negar.

Eu fiz Enid comprar oito cartas em uma única rodada, o que a deixou brava.

É. Foi divertido.

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Wandinha jogando Uno? Amo. Amo mais do que jogar e ser massacrada comprando todas as cartas, pelos próprios amigos!
Os de verdade, eu sei quem são.

𝘄𝗲𝗱𝗻𝗲𝘀𝗱𝗮𝘆 𝗲 𝘅𝗮𝘃𝗶𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora