❝𝐌𝐢𝐬𝐦𝐚𝐭𝐜𝐡❞ Parte 02

169 29 3
                                    

- Desencontro -

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Desencontro -


-ᴶᵁᴺᴳᴷᴼᴼᴷ ᴾᴼᵛˢ-

Minhas pernas ficaram bambas, senti meu estômago revirar, minha visão escureceu. As memórias começaram a me cercar, como um filme á minha volta. Os sorrisos, as vozes, a notícia do falecimento... Eu estava tonto. Imaginei que tudo fosse uma alucinação, que, na verdade, eu havia dormido e estivesse sonhando, ou que apenas fosse minha mente me pregando peças, que as palavras estavam embaralhadas e eu havia entendido errado.

— Meu bem... Me perdoe. Era o único jeito. — sussurrou. Eu a olhei, seu rosto era o mesmo, os traços um pouco mais desgastados, mas era ela. Eu tremi, cambaleei para trás sentando num sofá vazio atrás de mim. A aparência um pouco envelhecida não impedia que eu a visse da mesma forma que antes, há 12 anos atrás. Era tempo o suficiente para me esquecer de sua voz e rosto, mas minha mente manteve as lembranças boas guardadas em uma caixinha, dentro do meu coração. Eu estava perplexo. Não sabia como reagir e nem se devia, meus pensamentos estavam confusos.

— Como você... Está viva?! — era mais uma afirmação para mim do que uma pergunta para ela. Estava em dúvida se não era efeito das drogas que meu pai me dava para me deixar grogue algumas vezes. Ela suspirou, a feição chorosa agora se tornava calma, suave e até mesmo mais jovial. Ela se sentou no chão á minha frente, respirando fundo antes de começar a falar.

—  Quando eu e seu pai saímos de carro para ir a um restaurante e aconteceu o acidente... Não era real. Íamos para um lugar diferente, eu queria ver o fruto da traição dele. — sua voz saiu áspera. — Depois de eu ver sua família... De longe, claro, fomos embora. Eu estava berrando. Ele tinha um filho, lhe dava total atenção, assim como dava á Jimin, eu fiquei irritada com fato de ele não ligar para você. Foi quando ele parou o carro e saiu batendo a porta. Eu saí também e ficamos discutindo, mas os homens dele nos interromperam. Ele já estava planejando vir para a Coreia do Norte, e eu estava tentando o impedir. Então, ele me colocou a força no carro e arrancou. Ele berrava irritado, dizia palavrões. A pista estava escorregadia e acabamos batendo. — ela suspirou. Parecia se lembrar daquilo recentemente, como se estivesse vivenciando tudo de novo.

Ela continuou:

— Ele fugiu. Achou que eu estivesse morta e forjou a própria morte. Eu fui esperta. Tinha amigos no necrotério e no exército. Pedi ajuda e precisei forjar minha morte. Seus tios sabia disso. Eu escrevi a carta daqui mesmo e mandei para eles. No momento certo vocês leriam. Eu sabia que não iriam desconfiar. Afinal, seus tios lhes disseram que escrevi ela no hospital, certo?! — não era uma pergunta, mas eu assenti. Realmente não desconfiamos após Jimin ligar para eles para saber quando a carta havia sido enviada. — Eu vim para cá e criei esse grupo. Jungmin me conheceu alguns anos depois e a mãe dele foi salva á algum tempo. Por isso ele pôde se virar contra Soojin sem preocupações, e salvar todos de lá, a polícia já deve estar a caminho também. Tudo acabará logo. — abaixou a cabeça. — Eu precisava dar um fim nele, mas arrumar aliados aqui é difícil. Demorou, mas acho que consegui. — sorriu sem humor. Vi seus olhos brilharem ao dizer aquilo, como um alívio. Mas na minha humilde visão inteiramente horrível, ela queria chorar.

My Little Brother [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora