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Maria estava voltando bêbada para casa mais uma vez e odiava aquela sensação. Ela e Maria Antônia sempre acabavam passando dos limites quando saíam juntos e como a cacheada era um pouco mais fraca, Maria precisava tirar forças de um lugar desconhecido para cuidar dela.

Naquele dia não havia sido diferente, Maria havia carregado sua xará até o quarto e então andava cambaleando, tentando encontrar a porta do seu. Só que daquela vez havia sido diferente, havia encontrado uma pessoa importante em frente a sua porta.

— Tô alucinando. — Coçou seus olhos, acreditando que tudo não passava de um fruto da sua imaginação.

— Maria? Não sabe o quanto é perigoso ficar bêbada sozinha nesse país?

— Você não é real. — Cruzou os braços, não iria acreditar que ele estava mesmo ali.

— Vem.

O garoto a abraçou pela cintura, ajudando para que Maria Flor não despencasse no chão. Ele era extremamente cuidadoso com ela, ainda era o mesmo garoto que ela havia conhecido na infância.

— Quer uma água?

— Aceito, obrigada. — Maria sorriu, assim que ele a ajudou a tirar o tênis. — Por que você veio, Pedro?

Pedro disfarçou, indo até o frigobar para pegar uma garrafa de água. Ele não sabia quais eram as palavras certas para dizer à ela e na verdade, havia desistido de conversar com Maria mas como ela havia aparecido no momento certo, não lhe restou escolhas, ela precisava dele.

— É que você fez o post no instagram, daquele caderno. — Pedro deu um sorrisinho leve, enquanto observava Maria tomar a água. — E me veio mil coisas na cabeça.

— É que eu tava vendo nossas fotos e sei lá, doeu. Por que não foi na minha festa?

— Peço mil desculpas por isso! É que o Antony tava falando umas coisas que me deixaram desconfortável e na hora da raiva eu nem sequer pensei no quando isso te magoaria. Eu comprei um buquê e pedi para a Fernanda levar pra você, com um bilhete de aniversário.

— Quê? Quem é Fernanda?

— Uma loira que tava na sua festa, po.

— Você deixou com ela? — Maria deixou seu queixo cair, quem era aquela garota? Ela já sentia um ódio surgir.

— Sim, ela não te entregou?

Maria sentiu seu coração acelerar de tanto ódio, havia passado uma noite toda chorando por Pedro nem sequer mandar um parabéns mas na verdade havia sido um mal entendido e naquela história, havia uma culpada.

— Eu vou bater nessa guria mas é agora! — Maria se levantou, sem equilíbrio algum.

— Para com isso, maluca.

— Tem noção do quão chateada eu fiquei por achar que você não se importava nem um pouco comigo? Isso não foi justo!

— Eu também acho cara mas o que adianta você se estressar agora? E se quer saber, eu posso muito bem te dizer todas as coisas agora. — Pedro sorriu, ele era um fofo. — Vai tomar um banho, eu cuido de você nessa noite.

— Por que você me perdoou do nada, Pedro?

O garoto riu, haviam coisas que ele não podia simplesmente negar.

— Porque eu amo você, Maria.

dona flor e seus dois (ex) maridosOnde histórias criam vida. Descubra agora