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Maria acordou com batidas na porta, se esforçando para sair dos braços do moreno, que não havia respeitado suas regras que pediam para ele manter distância. Tocou na tela do celular e então percebeu que já passavam das dez da manhã.

— Neymar! — O empurrou algumas vezes, ele demorava muito para acordar. — Acorda, desgraça.

— Calma, caralho. — Tentou abrir os olhos, com aquele bom humor matinal de sempre.

— Pedi para você sair antes das oito e já são dez e meia! Você precisa ir já.

— E eu achando que depois do chá você acordaria de bom humor. — Ele riu baixo, fazendo Maria explodir por dentro.

— Se manca, moleque.

Maria levantou quase que imediatamente, enquanto o garoto ainda tentava se levantar e as batidas na porta não paravam. Maria amarrou um roupão de cetim por cima do pijama fino e então caminhou até a porta, lançando um olhar mortal para o moreno.

Assim que abriu a porta, quase caiu para trás. Sentiu seu rosto todo esquentar e um desespero invadir seu corpo, enquanto o garoto alto e de cabelo platinado sorria para ela.

— Pedrinho, oi. — Sorriu sem graça, tentando sair do quarto para poder fechar a porta. — O que faz aqui?

— Queria te chamar para ir tomar café em algum lugar lá no centro, tá a fim?

— Agora?

— É, eu fico te esperando se você quiser fazer alguma coisa antes de ir. — Pedro ameaçou entrar mas Maria rapidamente se colocou na frente dele.

— Eu vou demorar um pouco.

— Não tem problema po, você tá com Netflix aí? — Pedro continuava insistindo, enquanto Maria permanecia em choque.

— Pedro, é que...

— Deixei a cama arrumada, para você não encher o saco. — Neymar riu, porém seu sorriso foi sumindo lentamente quando viu o companheiro de time.

Maria queria que um buraco fosse aberto no chão e a jogasse lá em baixo. Pedro também demorou alguns segundos para raciocinar o que estava acontecendo mas após analisar toda a situação, concluiu que os dois haviam dormido juntos.

— Na verdade Maria Flor, acho que vou chamar o Ribeiro, vi que você tá meio ocupada.

— Não! Ele já tá indo! Não é? — Perguntou para o moreno, que deu aquele sorriso de quem não vale nada.

— Claro. — Deu de ombros. — Até depois, Pedro.

Os dois ficaram observando o jogador caminhar em direção ao elevador e ele deu aquele sorriso debochado antes de sumir completamente. Pedro estava totalmente magoado, por mais que soubesse que a garota não devia nada à ele, estava morrendo de ciúmes.

— Pelo visto a noite foi longa.

— Eu sinto muito por isso, Pedro. Me constrange e eu imagino que seja constrangedor para você também.

— A vida é sua Maria Flor, eu deixei de fazer parte dela há muito tempo então quem você fica, não diz respeito à mim.

— Vai ficar chateado comigo?

Pedro deu de ombros e então suspirou, Maria pode ver seus olhos meio marejados e então se odiou, ela não queria fazer aquilo com ele.

— Até mais, Maria.

dona flor e seus dois (ex) maridosOnde histórias criam vida. Descubra agora