Capitulo dez

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Foram mais de 20 horas seguidas parando apenas para virar um café atrás do outro e voltar para os atendimentos, vez ou outra um interno ou enfermeira me dava uma barrinha de cereal, eu estava exausta, porém feliz de ter ajudado tantas crianças, passei para ver a pequena que ajudei no parto e já lhe dei alta, me jogo na cama dos medico já que não tenho forças nem para ir embora, meu chefe me deu até terça de folga, CLARO já era quase segunda feira. Nem tinha sequer olhado meu celular nesse tempo que fiquei presa na sala de cirurgia e na emergência. Vejo que tem mensagem das meninas no nosso grupo delas contando sobre a noite delas e perguntando da minha, mando um áudio avisando que vou ler as conversas depois já que acabei de fazer 20 horas de expediente sem parar correndo de um lado para o outro, coloco o celular do lado da cabeça e adormeço.

Acordo assustada com o barulho do celular tocando, olho e aparece o nome do Antony brilhando na tela, "ah não fode meu atacante, eu to exausta para brigar com você." Só penso, depois de tudo que ele me falou não estou podendo dispensar e ser grossa com ele, espero a ligação cair para mandar mensagem, vejo que ele já havia mandado um monte de áudio, já era quase 18h da tarde e ele começou a mandar mensagem 17h, ligo de volta pois fiquei preocupada.

"LILI GRAÇAS A DEUS VOCÊ RESPONDEU, por favor Lili o Lorenzo ta passando mal, vomitou muito, eu vi no noticiário que vocês estão atendendo as pessoas do acidente da principal, eu não confio em ninguém além de você, por favor vem olhar ele para mim por favor."

"Antony, eu to saindo daqui agora, vou pegar algumas coisas e já estou encostando na sua casa, não da nada para ele, da um banho e deixa deitadinho, mesmo se ele tiver com febre, não dê nada, espera eu chegar..."

Eu estava exausta, morrendo, cada parte do meu corpo pedia por descanso, só que não conseguia sequer pensar no Lorenzo passando mal e nas mãos de outro médico, talvez um médico não tão dedicado quanto eu.

Aponto o carro na entrada do condomínio, antes de terminar de descer o vidro do carro o porteiro do condomínio já libera a catraca, claro aparentemente até o porteiro já me conhece. Nunca corri tanto no meu carro como hoje, estaciono o carro na garagem do Antony sem me importar se atrapalharia alguém ou se o carro estava errado, peguei as coisas dentro do carro que havia jogado no banco de trás para poder medicar Lorenzo, jogo tudo que havia dentro de uma bolsa minha no chão do carro e coloco tudo do hospital dentro da bolsa, entro correndo.

- Cadê ele? Cadê o Lorenzo? – Falo tão desesperada que quem não soubesse dele acharia que o menino estava morrendo.

- Olá, você deve ser a doutora do meu neto, ele ta no quarto dele, vou te levar até lá. – Sorrio, essa deve ser a mãe do Antony, que bom ela não sabe que eu dormi aqui, isso já ajuda, a sigo até o quarto de Lorenzo.

- Você veio, veio muito rápido você não pode correr as...

- Cala boca Antony! – Vou em direção a Lorenzo, dou um beijo na testa dele. – Titia veio cuidar do rapazinho dela. Como você tá?

- Ajuda titia, baliguinha ta luim, a gaganta doi... – Eu cuido de crianças direto e sempre me dói, porém ver Lorenzo dessa forma, me parte o coração.

- Me conta como foi, enquanto eu faço a medicação nele, por favor. Pelos sintomas que você e ele me falou, acredito que seja uma virose, está num período que muitas crianças estão dando, a garganta é recorrência da quantidade de vezes que ele vomitou... – Coloco o soro nele, amo que brinco com ele e ele nem se quer chora quando a agulha o fura.

Termino de atender Lorenzo e saio do quarto deixando-o dormindo, Antony me abraça e me da um beijo na testa.

- Obrigada por vir, ele gosta muito de você, você o deixa confortável. – Ele me parece sem graça e frouxo, claro depois de tudo que aconteceu à última vez que estive aqui.

Atacante - AntonyOnde histórias criam vida. Descubra agora