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Acerto de contas - Pt. 2

Uma bomba de fumaça e destroços se ergueu diante do céu noturno e frio de Nova York enquanto o carro de luxo que transportava Danzou e Orochimaru era guiado por um Kabuto que não dava a impressão de ter recentemente feito uma manobra que poderia ter riscado a lataria cara ou causado algum tipo de dano que os colocaria numa situação indesejada enquanto tentavam ir embora.

No entanto, apenas seguiam pela estrada na direção contrária enquanto a atenção pouco se voltava para o que tinha sido deixado para trás e agora fora pelos ares. Um plano de fundo caótico para tudo que estava acontecendo naquela noite, e que vinha refletido desde antes, com o juramento de vingança por parte de Nagato. Danzou e Orochimaru estavam envolvidos com o crime havia muito mais tempo do que isso, mas a passagem de Konan infiltrada entre eles e sua morte acabou por mudar algo principalmente na mente do Shimura, já que era alvo agora de Nagato.

E isso ele nunca pode ignorar.

...

Tobirama sentiu uma dor ridícula no ombro quando caiu sobre o asfalto gelado do lado de fora do prédio. A tosse veio acompanhada do alívio de conseguir respirar um ar menos poluído que aquele gás tóxico que poderia sufocar qualquer um até a morte em pouco tempo. Isso se os escombros que caíram e a explosão não fizessem esse trabalho por conta própria, esmagando quem ainda estivesse dentro do prédio.

- Merda... - Nagato tossiu como se sua existência dependesse disso. - Desgraçado!

Sua visão estava um pouco confusa, e assim como a de Tobirama também meio nublada por conta da explosão e a poeira que subiu naquele momento, ofuscando a seus sentidos. Mas apesar do choque daquele momento, nenhum deles estava completamente fora de si ao ponto de ter certeza do tamanho da maldade que estava relacionada à Danzou, quando ao que parecia o prédio tinha sido infiltrado com um gás tóxico que poderia matar qualquer um, e agora também parcialmente destruído por uma explosão.

Os gritos evidenciavam que havia pessoas dentro do lugar. E elas também não foram poupadas.

Não que qualquer um dos dois detetives estivesse emocionado sobre isso, mas toda impressão poderia ser bem-vinda em uma investigação para tentar entender a mente por trás daquele ciclo criminoso. Eles não esperavam nada, mas sempre podia ser um pouco pior. E a falta dos rádios comunicadores agora era um peso que não podia ser ignorado, ao menos não em totalidade porque mesmo que eles soubessem das consequências de se isolar da polícia para tentar resolver aquela situação, isso não eliminava o problema em si.

Tobirama sentia como se todos os ossos de seu corpo tivessem se partido, e o menor movimento de tentar se sentar mostrou-se como um problema que ele não teve como deixar de lado, ainda que em sua feição nada tivesse mudado. Ele percebeu parte do rosto de Nagato ensanguentado, e um olhar mudo foi trocado entre ambos antes de uma sombra se projetar diante deles.

...

- Que falta de sutileza. - Orochimaru estava sempre elegante, não fosse a maldade que estampava seus olhos. - Isso não é tão comum a você.

Danzou estreitou o olhar em sua direção. - Quem gosta desse tipo exibição é você, Orochimaru. Sempre testando coisas com esse pupilo.

Kabuto ergueu rapidamente o olhar para o espelho, mas não disse nada.

- Não fui eu quem explodiu o prédio. - Os fios longos estavam sempre tão bem penteados que não variaram um milímetro sequer.

- Nem eu. - Danzou ajeitou o casaco sobre o corpo. Estava um frio de doer.

Mas a constatação de que tamanha ação não partira de nenhum dos dois era muito mais gelada do que o clima do lado de fora. Consequentemente o Shimura olhou levemente para trás. Ao que parecia, tinha conseguido escapar por um triz.