All for you

All for Izuna

O momento da conversa entre Tobirama e Izuna foi a virada de chave necessária para que ambos pudessem expressar seus sentimentos e compartilhar sua vontade para a outra parte da família que, fazendo compras naquele dia frio, não vieram a aparecer até a tarde estar muito avançada no horizonte.

Mesmo para Tobirama não foi tão difícil expressar seus sentimentos e a vontade que tinha de ter Izuna a seu lado porque já estava bastante óbvio para si. Hashirama achou adorável - o que deixou o irmão raivoso e constrangido pelo jeito meloso do mais velho -, e Madara acabou por se mostrar mais relutante apesar de não ter discutido a questão com Izuna de maneira agressiva ou mesmo na presença dos dois.

Ele podia notar que havia algo entre seu irmão e o detetive – na verdade era perceptível de longe -, mas a fragilidade de Izuna era a que mais mexia com seu coração. Ele não deixaria mais que qualquer um fizesse mal a seu irmão.

- Eu sei que você se preocupa. - A mão menor tateou o rosto de Madara tentando sentir sua expressão. - E a minha situação também não ajuda.

- Não se diminua Izuna, por favor. Você é melhor do que qualquer um.

Um pequeno sorriso surgiu na face alva.

- Eu te amo tanto. - Ele se adiantou para abraçar Madara, que lhe apertou nos braços pelo tempo que achou necessário até aquela sensação difícil abrandar em seu peito. Sua preocupação nunca desapareceria de verdade.

- Eu também Izuna. - Se livrar da sensação de que o perderia era algo o qual Madara precisaria trabalhar por algum tempo. - Quero que seja feliz.

- Eu vou ser. Sei que parece que eu estou dependente do Tobirama por ele ter me ajudado desde aquela noite, mas com certeza é muito mais do que isso. Não tem a ver com qualquer tipo de dívida ou agradecimento.

- Eu posso julgar a índole todos os dias por estar com meu irmão. - O sorriso de Izuna se expandiu. - Nesse momento não me parece obscuro, como se ele estivesse planejando algo.

- Tomara que essa impressão dure por muito tempo.

Madara tornou a apertar o irmão em seus braços. Havia alívio em seu peito por saber que Izuna confiava em Tobirama e ficaria bem, mas seu coração ainda ardia de maneira muito dolorida pela falta de visão do pequeno. Certas coisas eram mais íntimas e ninguém forçaria Izuna a falar sobre isso, mas a cegueira não podia ser ignorada.

E Madara sentia-se despedaçado cada vez que tornava a olhar para o rosto do mais novo.

Dias mais tarde

Cerca de duas semanas tinham se passado desde a decisão anunciada de Izuna e Tobirama em firmar um relacionamento, e do lado do detetive apenas Kakashi estava sabendo. Jiraiya não fez que não houvesse percebido, mas não disse nada diretamente ao Senju mesmo porque não havia algo exato que pudesse ser exposto.

A sensação amarga de que estava se aproveitando de uma vítima ainda pingava como um veneno mortal nas veias do Senju, mas o próprio Izuna o estava ajudando a lidar com isso de maneira menos punitiva até que compartilhar novamente a mesma cama se tornou menos penoso. Tobirama continuava não falando muito ou se expondo de tal maneira, mas havia uma sinceridade única sobre tudo que ele dizia e fazia para Izuna que era difícil não perceber. Mesmo para o Uchiha.

A grande mudança talvez fossem os rápidos momentos em que Kakashi podia perceber um sorriso muito discreto no rosto do Senju quando ele se lembrava de Izuna. A sensação de que ao chegar em casa ele o estaria esperando era muito confortável.

As aulas de Madara começariam dali algum tempo, mas ele estava fazendo o que era possível para continuar próximo de Izuna, e Hashirama foi muito importante nesse momento para lhe impedir de ter um ataque de nervos. Isso porque alguns dias passados, e com a vida se encaixando novamente numa rotina de paz, houve o contato do médico para Madara informando que Izuna já estava apto para poder realizar a cirurgia.