O jogo mudou - PeteVegas

Capítulo 02

Do outro lado da cidade, em um bairro de classe média. Macau Theerapanyakul, observava o irmão andando de um lado para o outro na sala pequena da residência da família. Vegas, tentava ligar para o pai pela vigésima terceira vez apenas depois que havia escurecido.

- Vegas, se acalme - Macau, suspirou - O papai está bem.

- Ele não atende o telefone - Vegas, bufou - E ele não aparece desde ontem à tarde.

- Eu também estou preocupado com ele - o Theerapanyakul mais novo andou até o irmão - Mas ficar assim não vai ajudar em nada.

- E se algo tiver acontecido com ele?

- Não vamos pensar no pior - Macau, sorriu - O jantar está pronto, o melhor que podemos fazer agora, é comer.

O Theerapanyakul mais novo tinha preparado o jantar. Macau, tinha feito khao soi, um prato típico tailandês. Eles costumavam comer comidas ocidentais, mas Macau estava com vontade de comer algo diferente, então khao soi foi a coisa mais simples que ele conseguiu pensar. O prato era basicamente macarrão de arroz cozido no vapor, juntamente com um caldo de sopa claro e coberto com carne de porco picada e molho de tomate.

Por volta das três da manhã, Kun Theerapanyakul, abriu a porta de casa. Ele tentava não fazer barulho, não queria acordar os filhos que dormiam no andar de cima. Kun, andou devagar até a cozinha, o ambiente rodava um pouco e ele tentava se apoiar nas paredes, entretanto acabou fazendo barulho e logo Macau e Vegas estavam na cozinha.

- Pai? - o Theerapanyakul mais novo se aproximou do citado o ajudando a sentar em uma cadeira.

- Não era para vocês terem acordado - Kun, bagunçou os cabelos.

- Está tudo bem - Vegas, sorria de alívio em ver que o pai estava bem - Eu vou esquentar a comida.

- Não, eu mesmo faço isso - Kun, levantou-se rápido e automaticamente sentiu o efeito de ter passado quase um dia inteiro bebendo - Não precisa - o mais velho suspirou - Não estou com fome.

Vegas, não ligou para o que o pai falava e se aproximou do fogão.

- Vai dormir - Macau, se aproximou do irmão - Eu ajudo o papai.

- Você que deveria ir dormir, sua aula começa cedo amanhã.

- E você passou o dia andando de um lado para o outro enquanto procurava emprego - o Theerapanyakul mais novo empurrou o irmão até que o mesmo se sentasseao lado do pai.

O silêncio reinou na cozinha. Os dois irmãos estavam cansados, já o pai estava envergonhado. Kun, sabia que ele não deveria ter saído para beber no domingo, mas quando percebeu já estava com o primeiro copo na mão e depois o segundo e o terceiro, no final do dia ele já tinha perdido a conta de quantos copos tinha bebido.

Kun, precisava de ajuda para lidar com o seu vício, mas se preocupava em deixar seus filhos sozinhos.

- Vão dormir, os dois - o patriarca da família disse enquanto se levantava devagar - Eu consigo cuidar de mim mesmo, não se preocupem.

- Aqui - Macau, colocou um prato de comida em frente ao pai.

Novamente o silêncio voltou a reinar. Kun, comeu devagar enquanto os seus filhos o observavam. Quando o mais velho dos terminou de comer, Vegas o ajudou a chegar em seu quarto enquanto Macau procurava por alguns analgésicos e um remédio para o fígado, o mais novo também se direcionou ao quarto do pai, com um copo de água em uma de suas mãos.

Já no quarto, Vegas ajudava o pai a tirar a roupa, para que ele pudesse tomar um banho. Era fácil notar que Kun tinha perdido peso. Antes de entrar para o banheiro, Kun tomou o remédio e bebeu a água. O patriarca da família deu uma olhada em direção aos seus dois filhos, ele se sentia tão culpado em ser o causador do olhar preocupado deles. Kun, amava os filhos e se ele ainda lutava contra os seus vícios era por causa deles.