Capítulo 17

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Porsche, odeia conflitos. Porém o que ele mais odeia são conflitos que envolvem pessoas que ele ama. Em muitas vezes o Pitchaya prefere o silêncio ou ser simplesmente ameno em situações assim. Mas agora ele se vê em uma situação onde ele não pode ser simplesmente ameno.

Desde de cedo foi fundado dentro dele o peso de ser um Pitchaya. Desde que nasceu, o melhor foi dado a ele, em troca foi esperado que ele fosse o melhor herdeiro. O que foi aceito e sempre acatado. Bom filho, amigo e irmão, notas perfeitas e um dos melhores alunos no seu curso da faculdade.

Mas além disso, Porsche, tinha mais um dever. Porém, esse nunca foi de fato um dever para o herdeiro mais velho da família Pitchaya. Pete, o herdeiro Saengtham. O garotinho mais novo, alguns meses que ele, de bochechas vermelhas e olhos que sorriem juntamente com seus lábios.

A família Saengtham sempre foi a única aliada da família Pitchaya, por séculos, os dois nomes estavam interligados. Sendo assim, era o dever de Porsche ser amigo do outro garoto. Porém, assim que o Pitchaya olhou para Pete, não foi dever. A amizade com o outro foi a primeira coisa que Porsche fez por si, não por sua família. Naquele momento os dois não sabiam, mas seriam melhores amigos e irmãos para sempre.

Os dois se tornaram amigos muito rápido, talvez a aproximação entre os dois ocorreu devido ao fato de serem as únicas crianças no meio de vários adultos.

Era extremamente comum ver os dois juntos. Quando os problemas apareciam, eles sempre estavam lado a lado, segurando a mão um do outro, se apoiando e depois superando os problemas com a alegria que só as crianças têm. Mas um dia essa alegria não foi o suficiente.

Em uma noite os pais do Saengtham morreram em um acidente de carro. Os dois estavam voltando de uma festa, quando um caminhão desgovernado os atingiu em cheio. Tudo mudou depois disso.

Pete, mudou, seus olhos agora eram sempre tristes e vermelhos, e o sorriso não existia mais. Os pais do Saengtham mais novo morreram e parecia que ele também tinha morrido. O Pitchaya ficou com medo, ele não queria perder o melhor amigo, ele não podia perdê-lo.

Pete, sempre foi muito estudioso e acabava por amar todas as coisas típicas de nerds. Entretanto, o Saengtham, não se animava nem quando se tratava desses assuntos, ele só queria deitar e dormir. O medo de Porsche pirou ao ouvir os adultos falando que Pete estava com depressão, que ele iria precisar de remédios e de terapia. Naquela época ele não entendia a gravidade da situação, mas devido ao tom dos mais velhos o Pitchaya sentia muito medo.

Porsche, chorou durante toda uma noite, mas se recompôs, foi até o amigo no dia seguinte e continuou indo todos os dias. Mesmo quando o Saengtham continuava sem falar com ele ou quando o Saengtham lhe dava as costas, ou até mesmo quando Pete gritava com ele. O Pitchaya, não desistiu do amigo, ele jamais desistiria do seu irmãozinho.

Demorou, porém, Pete se recompôs. Ele não era o mesmo, mas sorria e não dormia o tempo todo ou gritava. Porém, não era mais o garoto sorridente ou o bolinho de alegria que costumava ser. Agora o Saengtham era quieto e centrado.

Pete, relaxava apenas na presença de algumas pessoas, dos seus avós, de Porsche e os pais do Pitchaya. Além deles, o outro ser que conseguia trazer um pouco do velho Pete era Sun, sua cachorrinha. Ela era sua companheira mais fiel, acompanhava o Saengtham para todos os cantos e acabava por arrancar sorrisos do mesmo às vezes.

Tempos depois, quando Porchay nasceu, Pete parecia encantado. Todos conseguiam ver que o Saengtham mais novo estava conseguindo se conectar com outra pessoa. Por isso, a família se encheu de esperança pela melhora de Pete, mas o quadro não evoluiu e o único membro que foi adicionado ao círculo de convivência do Saengtham foi Chay.

O jogo mudou - PeteVegasOnde histórias criam vida. Descubra agora