Capítulo 1

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Não permito adaptações
Essa história não é mpreg

Boa leitura

Quando uma ômega dava à luz a um ômega macho, a família costumava colocá-los na roda dos rejeitados para servirem a igreja, fazendo parte do couro ou eram mortos por debaixo dos panos e dito que a criança não havia sobrevivido. Não eram comuns, faziam parte de uma pequena classe rebaixada. Não podiam engravidar porque mesmo entrando no cio, não possuíam órgãos reprodutores. Eram um erro genético. Não era considerado crime algum matar um ômega macho e talvez os céus tenham me castigado, ao que nasci ômega mesmo sendo um garoto. Eu estava condenado. Entretanto, minha mãe não permitiu que meu pai me levasse para roda, ou ao meu assassinato. Eu cresci escondido na nossa fazenda, ninguém sabia da minha existência, foi o preço que paguei por nascer na classe errada. Eu era escondido no celeiro, onde eu cuidava dos cavalos e em troca, o cheiro forte deles camuflava o meu odor natural.

Mas a minha curiosidade rompeu os meus limites e eu fui à cidade, curioso e desejoso para conhecer o lugar onde eu morava e ver outras pessoas que não fossem a minha própria família. Na noite do festival que acontecia na cidade, eu estava com uma capa que me escondia e eu olhava as pessoas dançarem, era magnífico. Entretanto, um acidente acabou ocorrendo e eu fui capaz de ver que um beta iria ser culpado injustamente e pior, apanharia por isso. Talvez o meu espírito de justiça tivesse falado mais alto ao que me coloquei no meio da briga e foi assim que eu conheci o filho da família Jeon. Além de me expor para toda a cidade, eu não havia visto seu rosto já que o capuz de sua capa o cobria, mas a sua presença era forte e marcante. Ele me defendeu dos alfas que iriam me atacar e me jogou sobre os ombros, me levando para a floresta. Eu me debatia para escapar dele mas era inútil, visto que ele se mostrou incrivelmente forte. Seu cheiro era único. Eu estava assustado quando ele me pôs no chão e eu caí sentado. Pensei que seria o meu fim, já que ômegas machos não eram vistos de boa forma perante a sociedade, ele poderia me matar e não ser culpado por crime algum mas ele apenas me levantou e me colocou em cima de seu cavalo.

"Ômegas delicados como você não podem enfrentar alfas como aqueles, você poderia ter perdido algo. Vá para casa."

Depois daquilo eu nunca mais o vi, porém, o meu anonimato de 18 anos foi pelo o ralo naquela noite e não demorou muito para que a notícia chegasse na mesa de jantar da minha casa, onde meu pai anunciou a nova etapa da minha vida. Eu iria me casar.

Me sentia injustiçado ao descer da carruagem estúpida e chamativa que a família Jeon mandou para me buscar, nela haviam dois guardas e um cocheiro vestido como se fosse buscar uma princesa para o baile. Eu pude ouvir de dentro dela os suspiros de minhas irmãs mais velhas quando eu entrei na mesma tendo a vila inteira olhando para mim. Eu não gostava de chamar atenção, acreditava ter sido claro nas duas cartas que enviei para o filho da família Jeon questionando o porquê ele havia feito aquilo, me escolhido ao invés de uma de minhas irmãs, ômegas belíssimas. Como o esperado, eu não ganhei nenhum retorno.

A família de Jungkook era tão misteriosa quanto ele. Eles haviam chegado a pouco tempo na cidade e logo foram alvos dos comentários alheios. Tinham uma relação íntima com o rei, portanto, isso fazia com que eles fossem uma família rica, de bom nome e status, o completo oposto da minha, que não passava de uma família simples que possuía uma pequena terra.

Me sentia violado ao saber que eu estava deixando minha casa para viver com um estranho que me comprou por um dote. Homens não recebiam dote, e muito menos ômegas machos, mas eu notei que a família Jeon não se importava com o que as pessoas falavam, nem costumavam seguir um padrão. Eu estava disposto a fugir, com medo de ser açoitado pelo fato de ser um ômega macho e sofrer na mão de um alfa que nunca conheci. Entretanto, eu não podia, a saúde da minha mãe estava frágil e o dinheiro que a família Jeon ofereceu poderia pagar o tratamento de minha mãe e ainda fazer com que a minha família vivesse de forma digna. Acredito que aquela foi a única razão para eu ter me submetido a tal vergonha, passando dois meses sendo instruído por Seokjin, enviado da família que me comprou para me ensinar a me comportar perante a classe alta, ele era exigente, mas uma boa pessoa. O que eu sentia mais falta era de Jimin, meu melhor amigo. Ele havia me descoberto quando eu ainda era uma criança como ele e com medo eu fugi, porém, ele veio atrás de mim e mesmo sendo um alfa e eu um ômega macho, Park brincou comigo até nossas relações serem cortadas duramente por Seokjin.

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