Jungkook e eu ainda ficamos ali até que um de seus mensageiros apareceu com uma carta nas mãos, meu marido foi até ele, e a abriu. Enquanto ele lia, notei quando seus lábios se entreabriram e ele olhou para mim em conflito. Estranhei, então fiquei em pé e fui até ele. Jungkook apertou a carta com força, amassando-a.
— De quem era? — Perguntei e ele olhou para mim com os olhos turvos.
— De Jimin. — Arregalei os olhos e tentei pegá-la, mas ele a escondeu em suas costas. — Taehyung, me escute.
— O que estava escrito? O que ele disse? — Perguntei assustado. Jungkook segurou em meus ombros.
— Era sobre sua mãe. — Ele explicou. Meus dedos tremeram, os meus olhos embaçaram e uma forte sensação ruim atravessou o meu peito.
— Eu sinto muito, Taehy. — Jeon falou com pesar e foi tudo que eu precisei ouvir para ter certeza sobre minhas suposições. Eu havia perdido minha mãe. Ele me puxou para um abraço e eu me agarrei a ele chorando.
Em desespero, eu gritei contra o seu peito enquanto Jungkook deitava o meu rosto em seu ombro e massageava minhas costas. Ele começou a se mover lentamente, de um lado para o outro, como se fosse uma dança. Meus dedos prenderam o tecido de sua camisa e eu puxava Jungkook para mais perto de mim.
— Eu achei que ela iria ficar bem. Por que não compraram os remédios? — Perguntei. Jungkook segurou em meus ombros, me afastando e colando sua testa na minha.
— Taehy, a culpa não foi dos remédios, sua mãe estava melhor, ela faleceu dormindo. — Lhe empurrei, negando com a cabeça, as mãos junto ao meu corpo.
— Taehy, por favor. — Jungkook tentou se aproximar, mas eu comecei a correr, o ouvindo gritar atrás de mim. A minha visão estava embaçada pelas lágrimas, mas eu não parei. Arfei tentando correr mais rápido. — Taehyung! Pare! — Ele gritava.
Eles tinham dinheiro para o tratamento. Foi por esse motivo que eu fui vendido, então por quê? Ela prometeu que iria ficar bem, ela jurou que iria melhorar. Senti os braços de Jungkook agarrarem a minha cintura e eu tentei me soltar, mas foi em vão.
— Por favor, Taehy, acalme-se. — Ele pediu. Meus joelhos falharam e eu me sentia fraco enquanto chorava absurdos. Jungkook continuou abraçado a mim até que eu me senti desgastado pelo choro e fui pego no colo por ele. Me escondi na curva do seu pescoço enquanto ele nos levava para casa. Meu marido suspirou me colocando sobre a cama, ajoelhando-se entre as minhas pernas e segurando meus joelhos.
— Eu quero ir. — Sussurrei só para ele, mesmo que não houvesse ninguém conosco. — Por favor, Jungkook, eu quero ir. — Implorei. Sua mão alcançou o meu rosto, enxugando as lágrimas e ele me observou com pesar.
— Querido, já fazem três dias.
— O que? N-não. — Chorei mais. — Por que não me contaram? — Perguntei, mas era claro que não me contariam porque não queriam alguém como eu no enterro.
— Taehyung. — Jungkook tentou falar, mas eu o cortei.
— É por que eu sou um ômega macho, não é? — Falei desesperado. — Ele não queria alguém como eu lá, mas ela também era a minha mãe! — Gritei. — Eu a amava! Sei que eu sou um monstro, mas eu também posso amar.
— Shh. — Jungkook segurou os meus pulsos enquanto eu me desesperava — Você não é um monstro, está me ouvindo, Taehyung? Você é normal, perfeitamente normal.
— Então por que eu sinto que não sou? — Perguntei sofrido. Jeon não me respondeu, ele ficou olhando para mim enquanto eu derramava lágrimas grossas, mas não me respondeu. Eu continuei soluçando até que os meus braços envolveram o seu pescoço e eu deitei meu rosto em seu ombro, ainda aos prantos.
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Dote
FanfictionA família Kim aceitou o dote oferecido pelo misterioso filho da família Jeon, o rapaz desejava Kim Taehyung e mesmo ele tendo irmãs para ficarem comprometidas em seu lugar, Jungkook havia o escolhido.