Dote

capítulo 18

Deslizei as pontas dos dedos pelo maxilar de Jungkook, ele tinha os lábios entreabertos e seus braços me mantinham perto dele. Seus cabelos estavam jogados para o lado, e a pequena cicatriz em sua bochecha já estava sarada, havia ficado uma pequena marca, ele era tão lindo, sorri comigo mesmo, esse era o gosto doce do casamento? Era algo tão puro e confortável. Permaneci deslizando as pontas dos dedos até que sua mão segurou o meu pulso e Jungkook abriu os olhos em minha direção, conduzindo minha mão até que ela ficasse sobre a sua bochecha, ele fechou os olhos outra vez, deixando um carinho sobre as costas da minha mão com o seu polegar.

Eram raras as vezes que eu acordava antes que ele, mas ele parecia extremamente cansado na noite anterior. Ele havia saído cedo com Namjoon e voltou apenas tarde da noite, eu já estava na cama o esperando. Jungkook entrou calado, tomou seu banho e se deitou, me abraçando e deixando um beijo sobre a minha marca sem dizer nem uma única palavra, e eu estranhei muito aquilo, porém respeitei o seu espaço.

— Como se sente? — Sussurrei, os cantos dos seus lábios se levantaram.

— Desculpe por ontem. 

— Está tudo bem. 

— Me diga quando eu estiver sendo um péssimo marido. — Ele falou calmo.

— Acredito que você não consegue fazer isso. — Sorrindo, ele colocou a minha franja para o lado.

— Eu te amo tanto, Taehy. — Suspirei quando ele me disse aquilo.

— Eu também te amo. — Eu sentia a necessidade de respondê-lo.

...

Eu estava nervoso, minhas mãos estavam suando frio. Respirei fundo tentando controlar os meus medos. Naquele finalzinho de tarde, quando a carruagem parou e Jungkook estendeu a mão para me ajudar a descer, eu iria conhecer a sua família. Jungkook havia recebido o convite de seus pais na noite anterior, e quando ele entrou no quarto suspirando preocupado, eu sabia que algo havia acontecido. Seus pais queriam me conhecer, o nervosismo tomou conta de mim de tal maneira que  eu não havia conseguido pregar o olho, revirei na cama a noite toda tentando não acordar Jungkook. Eu estava nervoso, eu nem ao menos havia os visto depois do dia do casamento, e nem sequer eles foram me cumprimentar, eles chegaram e partiram sem nem ao menos olhar para meu rosto, e era por isto que eu estava nervoso, parecia que eles não estavam muito a favor do casamento.

— Está tudo bem, meu amor. — Jungkook me tranquilizou, enquanto deixava um beijo na minha testa.

— Você sempre fala isso. — Falei frustrado, o fazendo rir.

— Você tem que ser mais aberto a conhecer novas pessoas.

— Eu gosto do meu pequeno círculo de nomes que sabem o meu. — Falei em um suspiro.

Segurei em seu braço, cuidando para não fazer nada de errado como pisar em falso e ir ao chão bem na frente de seus pais, eu era muito desastrado. Prendi a respiração quando os portões da mansão dos pais de Jungkook abriram e dois mordomos nos recepcionaram. Eu achava a casa de Jungkook exageradamente grande para apenas duas pessoas, mas a dos seus pais cuspia luxo, com certeza as banheiras eram feitas de ouro maciço. Olhei ao redor pasmo, o chão era de porcelana, eu tinha certeza.

— Senhor Jungkook, seus pais lhe esperam para o jantar.

— Obrigado. — Jungkook agradeceu e me conduziu pelo corredor da direita, fiz uma nota mental, eu não sairia de perto dele, ou me perderia.

A sala de jantar era enorme, e a mesa não podia ser diferente, era um absurdo que eles comiam tudo aquilo, e eu duvidava que os empregados comessem da mesma comida, não era necessário aquilo tudo. Jungkook apertou minha mão, e eu acreditava que eu não era o único nervoso ali. Os cabelos da mãe de Jungkook estavam penteados para trás, com uma trança de raiz, seu vestido era de tom neutro e ela tinha um rosto delicado, mas com feições sérias e duras, me reverenciei silenciosamente, enquanto Jungkook beijava as costas da mão de sua mãe. Ela olhou para mim eu tentei não despencar com os seus olhos acusadores, um leve sorriso se formou em seus lábios quando Jungkook entrelaçou os nosso dedos.