Dote

capítulo 22

— Coelho. — Falei.

— Cachorro. — Jungkook insistiu. — Definitivamente é um cachorro, Taehyung.

— Claro que não, observe as orelhas, é um coelho. — Falei gesticulando.

Jungkook estava com o braço esticado, servindo de apoio para minha cabeça enquanto ficávamos jogados no meio do jardim olhando para as nuvens. A grama pinicava as minhas costas, mas era bom estar ali. A brisa do início da primavera me fazia contestar se o verão veio escondido no lugar dela. Haviam poucas nuvens e o vento gostoso debaixo da árvore do jardim me fazia ficar sonolento. Era uma enorme extensão azul que trazia calma e paz. Olhei para o meu marido, depois da ida ao cemitério, Jungkook havia ficado melhor, ele estava bem consigo mesmo, eu sabia que algo havia mudado dentro dele, aquilo era bom. Ele moveu a cabeça, olhando para mim e sorriu pequeno.

— Cachorro.

— Coelho! — Insisti, e ficamos discutindo o que era até a nuvem mudar o formato, apertei os olhos, eu não conseguia imaginar nada.

— Taehy. — Jungkook me chamou.

— Hum?

— Se eu entregasse o meu posto como soldado, e vendesse esta casa para ir morar em uma simples com um jardim florido, você iria comigo? — Ele perguntou. Olhei para ele. — Sem empregados ou mansão, apenas eu e você. Você viria comigo?

— Eu iria para qualquer lugar com você. — Falei sincero. Jeon sorriu, beijando a minha testa e voltou a olhar para a imensidão azul sobre nós.

— Eu tive um sonho. — Ele sussurrou. — Você e eu, uma pequena casa com lareira, você fazia o almoço e, depois do jantar, sentávamos em frente ao fogo para conversar enquanto estávamos abraçados um ao outro.

— Isso foi bom? — Perguntei baixo.

— Sim, foi incrível, e eu quero que seja verdade. — Ele falou. Me movi, colocando o queixo apoiado em seu peito e ambas as mãos de Jungkook me seguraram.

— De que viveríamos?  

— De coisas simples, ainda teremos toda a fortuna, mas não precisamos esbanjar tudo. 

— Eu iria adorar viver assim com você. — Respondi sorrindo.

— Eu queria o dar uma vida de príncipe. — Ele disse e eu neguei com a cabeça.

— Eu não quero, apenas quero ficar pertinho de você.

Ficamos ali até eu sentir meu corpo tão sonolento que os meus olhos foram se fechando. O cochilo chegou e eu podia sentir Jungkook entrelaçando os dedos nos meus cabelos em um carinho.

Todas as diferenças são aceitas, ou deveriam ser.